O pai era dos senhores da indústria têxtil alemã. Um tio foi sacerdote da corte do rei. Friedrich Engels nasceu num berço de ouro. Mas consagrou a sua vida à luta pelos direitos dos mais pobres, por uma sociedade mais justa e livre.
Na Alemanha de 1849, Engels combateu como guerrilheiro pela instauração da democracia. O que lhe valeu ser colocado na lista dos criminosos mais procurados pela policia.
Depois, em Inglaterra, Engels levou durante anos uma vida dupla: aparecia como um respeitável homem de negócios e exímio cavaleiro na caça à raposa. Mas era um destacado teórico e militante revolucionário, que vivia com uma simples operária irlandesa. Se a dada altura se dedicou aos negócios, fê-lo no fito de arranjar dinheiro para financiar actividades revolucionárias. E, principalmente, para apoiar o trabalho de investigação do seu amigo Karl Marx – que ainda hoje é reconhecido como o maior analista crítico da sociedade capitalista.
Engels era um ateu que desdenhava a formalidade do casamento. Mas casou pela igreja para satisfazer um último desejo da sua mulher, que era católica, quando esta adoeceu totalmente.
Apesar de ter vivido no século XIX, ainda hoje um dos livros de Engels (intitulado A situação da classe trabalhadora em Inglaterra) é considerado pela UNESCO como modelo e um dos mais influentes trabalhos de investigação sociológica.
Ao lado de Karl Marx, Engels fundou a corrente politica do comunismo moderno e perdura como um dos mais marcantes pensadores da história contemporânea. Curiosamente, na Associação Internacional dos Trabalhadores, liderada por Marx, uma espécie de partido político revolucionário de âmbito europeu, Engels foi responsável pela secção portuguesa, da qual fez parte o poeta Antero de Quental (foto).
Estes são apenas alguns traços da vida de Friedrich Engels realçados numa das suas mais recentes biografias, publicada em Londres, em 2008: Engels – uma vida revolucionária, do jornalista inglês John Green.
L.C.
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