O presidente da administração da Companhia das Lezírias considerou que "será pena" a privatização de uma empresa que deu um lucro de mais de meio milhão de euros em 2010.
Num momento em que Portugal se comprometeu com uma série de privatizações devido à crise financeira, António de Sousa admite que "será pena" a venda a privados da Companhia das Lezírias (CL), uma ideia sempre na "ordem do dia" quando há mudanças de Governo.
Frisando que essa será sempre uma decisão de ordem política, fora da ação da equipa gestora da empresa, António de Sousa salientou que a CL "responde a duas grandes vertentes, a da proteção ambiental e da sustentabilidade social, sustentadas na rendibilidade económica e financeira".
No dia em que a empresa assinalou os 175 anos de existência, o administrador considerou a firma uma "empresa de sucesso, pois não é qualquer uma que sobrevive tanto tempo num mercado cada vez mais adverso", apresentando resultados positivos há mais de uma década
Em 2010, a empresa apresentou um resultado líquido de 510.355 euros, quase duplicando os 271.843 euros do ano anterior, frisou o administrador.
A Companhia das Lezírias tem a maior parte dos seus mais de 18.000 hectares inseridos na Reserva Natural do Estuário do Tejo e na Zona de Proteção Especial, sendo, por isso, "mais que uma empresa, uma instituição, não só pela dimensão, mas pela história e identidade", referiu.
António de Sousa enumerou as várias unidades de negócio da CL, nomeadamente os 8.500 hectares de floresta certificada, 6.700 dos quais de montado de sobro, ou o investimento na produção de arroz, com o aumento este ano da área em mais 300 hectares (num total de 1.400 hectares), recordando que Portugal é o maior consumidor per capita de arroz na Europa, o que torna esta cultura "atrativa e rentável".
Optando pelo regime biológico, a CL tem um efetivo de 3.800 cabeças de bovinos, tendo apostado num produto inovador, a produção de carne naturalmente enriquecida em ómega 3.
A vinha e o olival, com a produção de azeite e vinhos a ser distinguida com vários prémios nacionais e internacionais, e ainda a produção equina, a atravessar um momento difícil mas constituindo uma "área tradicional, nobre" da CL, são outras áreas de negócios.
António de Sousa referiu ainda a aposta numa área "nicho", o turismo e a cinegética, aproveitando o facto de se situar a cerca de 30 quilómetros do maior centro urbano do país, sublinhando os projetos em curso de criação de rotas equestres.
"Queremos melhorar a rendibilidade e melhores resultados líquidos, sem esquecer as preocupações de natureza ambiental e social", afirmou.
O contexto financeiro atual obrigará a uma gestão "mais rigorosa", sendo necessário ponderar sobre o avanço ou não de investimentos como o Bioparque, adiantou.
As comemorações dos 175 anos da CL iniciaram-se a meio da tarde com uma visita guiada e exibição da Escola Portuguesa de Arte Equestre, seguindo-se, à noite, um espetáculo multimédia organizado pela John Deere, que escolheu este local para o encontro que reúne mais de 6.000 agentes comerciais de todo o Mundo para apresentação das inovações da marca.
«Sic»http://www.facebook.com/antoniocenteio
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