Esta operação de limpeza foi executada pelo Ceger, organismo responsável pela gestão da rede informática do governo (RiNG) e que está na dependência da presidência do Conselho de Ministros. Os emails profissionais dos funcionários estão armazenados na RiNG, que foi esvaziada de informação.
É através da RiNG que circula toda a informação interministerial, em circuito restrito. Em 2005, por exemplo, esta rede interligava 22 edifícios dos diferentes ministérios e a informação era centralizada num servidor que se localiza na Rua Miguel Lupi, na Lapa, em Lisboa. Também em 2005, ano dos últimos dados que o i obteve, tinham acesso à RiNG 1236 pessoas: 53 membros do governo, 53 chefes de gabinete, 238 adjuntos, 255 assessores, 222 secretárias pessoais, 341 profissionais de apoio e outros 74 funcionários. Em 2005, eram 1534 as caixas de correio incorporadas na rede, com uma média de 10 mil mensagens de correio enviadas por semana e 15 mil mensagens de correio recebidas em idêntico período. Tudo indica que a dimensão restrita de acesso à rede se manteve.
Através da RiNG, os funcionários dos gabinetes ministeriais podem fazer uma gestão documental do trabalho em curso, têm acesso ao seu email profissional, à agenda do Conselho de Ministros, aos processos legislativos (diplomas) que estão a decorrer e podem fazer chamadas de voz, através da internet, entre ministérios. Toda a informação da RiNG, à excepção da agenda do Conselho de Ministros, foi limpa, apurou o i.
Nas Finanças, há ainda relatos de recolha física de computadores por parte do Ceger, apesar de o material informático pertencer a outro organismo do estado - a DGITA - Direcção-Geral de Informática e Apoio aos Serviços Tributários e Aduaneiros.
A Economia teve mais sorte do que as Finanças. Foram mantidos os computadores, mas os gabinetes ficaram sem internet e sem acesso aos emails durante alguns dias, o que impossibilitou todo o gabinete dirigido por Álvaro Santos Pereira de comunicar oficialmente com o exterior.
«JN»
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