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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Se cortes continuarem, PS vota contra Orçamento de Estado

O secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, disse que o seu partido vai votar contra o próximo orçamento de Estado, numa entrevista publicada hoje pelo Diário de Notícias, onde adianta ainda que quer ganhar as eleições autárquicas.
Questionado pelo DN sobre o sentido de voto dos socialistas relativamente ao próximo Orçamento do Estado, António José Seguro ressalva reiteradamente que não conhece a proposta orçamental do Governo, mas mostra-se convencido de que a política de cortes e austeridade continuará.
"Não poderá ser outro sentido de voto que são seja votar contra o Orçamento do Estado. Se na proposta estiver um corte retroativo das pensões da Caixa Geral de Aposentações, ele será enviado pelo PS para o Tribunal Constitucional", disse Seguro.
O líder socialista garante que não quer fazer do Tribunal Constitucional "uma instância de apelo em termos políticos" e explica que esta será "uma resposta a tanto radicalismo da parte do Governo no ataque à Constituição e na violação dos princípios sagrados do nosso texto constitucional".
Na entrevista, António José Seguro mostrou-se ainda disponível para rever a Constituição "no sentido de a melhorar", mas afirmou recusar "uma mudança da Constituição para retirar direitos às pessoas".
"Se for uma mudança de abertura e de modernização, obviamente que é útil para o país, mas não é isso que o Governo pretende. O que quer é fazer uma alteração da Constituição que seja um regresso do ponto de vista civilizacional", disse, acrescentando que foi este o sentido da proposta apresentada por Pedro Passos Coelho, ainda na oposição, em 2010.
"Era o desmantelamento do Estado social e de menos direitos para os cidadãos. Aí, o PS não estará disponível para dar contributo", adiantou.
O líder socialista disse ainda que a revisão da Constituição não é uma prioridade, considerando não haver "nenhuma necessidade" de que seja feita durante a atual legislatura.
Sobre as eleições autárquicas de 29 de setembro, António José Seguro rejeitou a ideia de que estas possam ser lidas como um referendo à sua liderança e à qualidade da oposição feita pelo PS.
"Não sou eu que estou em avaliação, mas, sim, os candidatos do PS", disse.
Por outro lado, garantiu que o objetivo é ganhar.
"Haverá 101 interpretações para todos os gostos, mas para nós há um objetivo muito simples: ganhar estas eleições. Isso significa ter mais votos que o segundo partido", disse.
O líder do PS disse ainda não conseguir garantir que esta legislatura vá até ao fim, adiantando que o PS está preparado para governar.
"Na minha cabeça já existe uma orgânica de Governo e já existem pessoas para compor esse futuro Governo", disse.
«NM»

1 comentário:

Alberto Mendes do Céu disse...

Francamente...Eu não acredito que o PS pela primeira vez na sua história de oposição ao PSD-CDS vote contra no quer que seja...Até hoje . sempre antes das eleições vem com esta cantiga e depois no facto ou abstém-se ou vota por. NUNCA CONTRA, e a promessa aí está de novo a duas semanas de eleições, desta vez autarquias e depois no acto verão o que acontece.