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domingo, 3 de agosto de 2014

Quais as diferenças entre a nova e a antiga emigração portuguesa?

Poir: Anabela Melão

Resultados segundo o Relatório da Emigração 2013, do Observatório da Emigração. 


- Portugal é o país da União Europeia com mais emigrantes, a população de origem portuguesa no estrangeiro ultrapassará os cinco milhões.

- Reino Unido, Suíça, Alemanha e Espanha são, por esta ordem, os destinos da emigração portuguesa, embora esta conclusão possa pecar dada a "ausência de dados recentes fiáveis" sobre a entrada de portugueses em França, Angola e Moçambique. Para Angola e Moçambique, irão cerca de 10 a 12% dos emigrantes portugueses e 1% para o Brasil.

- Em 2013, os dados do Observatório dão contra da entrada de 30.121 portugueses no Reino Unido, 11.401 na Alemanha, 2.913 no Brasil, 815 na Noruega e 443 na Dinamarca, valores que confirmam "a tendência para um aumento acentuado da emigração.
- Os portugueses idosos residentes cresceram 80%, enquanto os adultos activos, dos 25 aos 64 anos, aumentaram apenas 10%.
- A emigração portuguesa "tornou-se ligeiramente mais masculina", com um crescimento de 19% no número de homens emigrados. As mulheres registaram uma subida de 14 %.
- Nos últimos anos, registou-se a emigração de um significativo número de quadros com qualificações académicas superiores, mas a maioria dos portugueses que deixam o país continuam a ter apenas o ensino básico.
- Desde 2001, os quadros superiores foram o grupo de emigrantes que mais cresceu, quase duplicando (88%), no entanto em 2010/2011 mais de metade dos que emigraram continuavam a ter apenas o nível básico de escolaridade (61%), embora o seu peso na emigração tenha caído.
- Quase um terço dos portugueses emigrados tem o ensino secundário, tendo aumentado 5% a sua proporção entre 2000/01 (23%) e 2010/11 (28%). 
- Os portugueses com o ensino superior representam 10% do total, em 2010/11, quando há dez anos representavam apenas 6%.
- As profissões predominantes são as profissões operárias, que ocupavam cerca de um terço (31%) dos portugueses emigrantes. 
- Outro terço era composto por trabalhadores não qualificados e trabalhadores de montagem ou operadores de máquinas e 10 % eram quadros superiores ou dirigentes, a mesma percentagem pessoal nos serviços e vendedores. 
- Muitas vezes, apesar de terem cursos superiores, os portugueses ocupam trabalhos abaixo das suas qualificações.
- Os emigrantes portugueses enviaram em 2013 mais de três mil milhões de euros em remessas, valor que representa cerca de 1.8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
- França e Suíça são a origem de mais de metade do total de remessas recebidas em Portugal (30 % e 25 %, respectivamente). 
- O terceiro país mais importante é Angola, de onde são originárias 10 % das remessas recebidas. 
- Alemanha, Espanha e Reino Unido, que com a Suíça integram o grupo dos quatro principais países de destino da emigração actual, seguem-se na lista dos países que mais dinheiro mandam para Portugal, todos com envios acima dos 100 milhões de euros anuais. 
- Abaixo dos 100 milhões de euros anuais estão os EUA, o Luxemburgo, a Holanda e a Bélgica. 
- No conjunto, estes dez países estão na origem de 93 % do valor total das remessas recebidas em Portugal.
- Em 2007 e 2008, o peso subiu ligeiramente, tal como nos últimos anos, desde 2011, para valores já próximos dos 2 % do PIB, mas ainda longe dos 3 % no início deste século e muito longe dos cerca de 10 % do PIB em 1979.
- No preâmbulo do Relatório da Emigração relativo a 2013, o Governo reconhece que desde 2010 a emigração tem aumentado "muito rapidamente" e defende o "imperativo estratégico da recuperação económica", como "a única forma" de travar a emigração e garantir "o regresso de muitos dos que saíram" e assume que o fenómeno da emigração tem hoje "características substancialmente diferentes das que se verificaram anteriormente", entre as quais "a migração de um significativo número de quadros com qualificações académicas superiores" e "de famílias inteiras, incluindo um número significativo de crianças em idade escolar", bem como "de pessoas com idades mais avançadas e por vezes com empregos duradouros em Portugal, em resultado de dificuldades para cumprirem compromissos estabelecidos".
Os investigadores conseguiram apenas estimar "a ordem de grandeza da população de origem portuguesa constituída a partir da emigração", considerando "provável" que, em 2013, aquela população se situasse entre os 5 e os 5,5 milhões de pessoas.
Ai, como a nossa vidinha vai melhorando .... fora de portas, desenraizados, ostracizados, lá fora .... 

2 comentários:

vital Ferreira disse...

A diferença? É que estávamos num regime fascista e nos anos cinquenta e hoje estamos em 2014, com uma revolução pelo meio que a maioria dos portugueses não quiseram aproveitar, e continuam a votar contra eles mesmo.Responsabilizar só os políticos é fácil, e então aqueles que votam neles? E não culpem os comunistas porque estes nunca estiveram no poder, mesmo quando o unico( VASCO GONÇALVES) esteve como primeiro Ministro que vocês não o quiseram e esteve lá menos de três meses.

Anónimo disse...

Os comunistas argumentam que não têm qualquer culpa no que tem acontecido a Portugal e aos portugueses porque nunca estiveram no governo (nem nunca irão estar).
É evidente que se lá estivessem teriam feito igual ou pior que aqueles que lá estão ou estiveram. Basta fazer uma comparação com o seu desempenho no poder autárquico onde têm oportunidade de mostrar aquilo que valem.
Sabemos que a culpa do seu insucesso é sempre do governo!
Se estivessem no governo, a culpa seria da CEE,de circunstâncias adversas,ou dos próprios governados. Já conhecemos a "música toda"!
E com isto termino.Não vale a pena gastar mais o latim.