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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

OPINIÃO: A "tática do queixinhas"

Por: Anabela Melão


Já é conhecida como o político da "tática do queixinhas". Campanha tristonha, a soar a fado mal acabado, António Correia de Campos, antigo ministro da Saúde do Partido Socialista, também ele do género apagadito, teve a ideia de juntar o seu ar cinzento aos dos demais e lá foi dar a mão e o pé pelo seu Seguro. A imagem que, entretanto, vai ficando do Partido Socialista é a mais constrangedora possível. Um partido incapaz de se unir arrancado que foi pelas suas raízes e pela saída de militantes de causas que ousaram pensar noutra linha. O ainda espécie de secretário-geral passa a vida em bicos de pés, tratando de aparecer nas televisões, seja para branquear as falhas da supervisão do Banco de Portugal, seja para se deixar entrevistar ao lado do ministro Miguel Macedo, agradecido aos deuses pelo menor número de fogos deste ano - já o vejo a imitar a assunção cristas e a rezar para que chova! 
A tática de queixinhas tem dado jeito. O português gosta de gente triste, chorona, pedinchona, e Seguro bate qualquer um aos pontos nessas artes que me convenço serem inatas. 
Quanto a Correia de Campos, o perfil é clarinho, lisinho, pobrezinho, como diz o Jorge Rocha: «Na sua entediante vitimização ele queixa-se “de ser desafiado quando tinha (mal) ganho duas eleições, esquecendo os grandes municípios que perdeu e os que não ganhou, tendo podido fazê-lo; confundindo um ganho modesto nas europeias com uma grandiosa vitória.” E “de ser forçado a apresentar uma moção às diretas, quando foi ele que desenhou todo o processo rígido e longo para fustigar e desgastar Costa e queimar a terra para que não cresça semente”. Mas Correia de Campos não fica por aí, realçando como Seguro criticou as trinta páginas de Costa, e depois reduziu a sua moção a cinco páginas e meia de banalidades. Não sem cometer o desaforo de considerar seu o trabalho realizado no PS no âmbito do «Novo Rumo» fruto de um grande trabalho coletivo. Conclui, então, o autor: “Na ânsia de responder todos os dias ao desmoralizador crescendo de candidaturas eletrónicas de simpatizantes, de composição incerta mas dificilmente favoráveis, a candidatura de António José Seguro corre o risco de transformar o candidato em miniatura de primeiro-ministro”.
Um ninho de ratinhos, ratos e ratazanas! E a desratização já tinha sido para há tanto tempo atrás! No PS não foi o tempo que se perdeu com este pseudo.lider, foram os estragos irreparáveis na estrutura e na alma de um partido. A quem se assumiu contra Seguro restou a ostracização. Aos que com ele ficaram resta agora a vergonha e uma certa melancolia amarela. O cor de rosa desbotou. As nódoas tiram-se. O descolorido retinta-se/repinta-se? 
E quando é que este partido se digna a fazer o que dele se espera que é a oposição ao pior Governo que o País já teve? Esta é a pior oposição (nenhuma, nula, inexistente) que se podia ter! Mas foi o que um aglomerado de miúdos já na beira dos quarenta e pouco conseguiu fazer! Destruir um partido! Não há pensos rápidos nem fita-cola que resulte. O partido partiu-se! É possível juntar os cacos e fazer qualquer coisa que identitariamente se assemelhe ao PS? Muito dificilmente .... E o motim do Rato está para quando? 

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