O Governo estima que a taxa a aplicar
sobre todos os dispositivos que permitam gravações, como telemóveis e tablets,
garanta uma remuneração para os autores e artistas de 15 a 20 milhões de euros.
A polémica taxa sobre todos os dispositivos que
permitam gravações vai chegar ao Parlamento, depois da aprovação em Conselho de Ministros.
Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura,
explicou na conferência de imprensa depois da reunião do Executivo que esta
taxa poderá render entre 15 a 20 milhões de euros, que não são receitas do
Estado, mas que vai servir para as entidades gestoras dos direitos de autor e artistas
remunerarem os agentes que produzem obras. Se houver, o excedente reverte
para o Fundo de Fomento Cultural.
Marques Guedes, ministro da Presidência, acrescentou
que em 2006 as taxas aplicadas - que só abrangiam dispositivos analógicos -
rendiam sete milhões.
O secretário de Estado da Cultura defendeu esta
solução, lembrando que quase todos os países têm na lei a excepção ao direito
de autor, por via de uma legislação da cópia privada. A cópia privada permite
que um particular faça uma cópia de música ou filmes ou de uma outra obra que
esteja abrangida pela protecção do direito de autor para uso pessoal. E é isso
que esta lei da cópia privada permite e remunera os autores. Jorge Barreto
Xavier explica que se trata agora de actualizar a lista de dispositivos em que
a taxa é aplicada, já que a existência desta remuneração já existia mas que
estava obsoleta. No entanto, o armazenamento de ficheiros na internet (na
nuvem) ainda não é contemplado.
Confrontado com a solução de Espanha, que optou por
remunerar a cópia privada via verbas do Orçamento do Estado, Marques Guedes
lembra que em Espanha o que se passa é que é o contribuinte a pagar. "São
todos os contribuintes que contribuem. É um caso singular". Em Portugal
opta-se pelo utilizador-pagador.
Jorge Barreto Xavier admite que esta é uma lei
complexa e "não muito bem entendida pela generalidade das pessoas".
Além deste diploma, o Governo aprovou ainda uma
resolução que cria o plano de combate à violação do direito autor e direitos
conexos, que prevê articulações governamentais e sociedade civil.
Foi ainda aprovada a proposta que clarifica as
organizações representantes de direitos autor e conexos. E outra para o registo
de obras de autor e artistas com a organização e harmonização da informação num
único dispositivo legal.
«JN»
1 comentário:
Eu passo bem sem telefone vivi mais de cinquenta anos sem telefone nem televisão e sobrevivi.
Será que esta nova generação do após 1974 pode dizer o mesmo?
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