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domingo, 3 de agosto de 2014

De que lado estamos?

Por: Isabel Faria

Neste momento não me parece que seja a nossa posição em relação à existência do Estado de Israel que esteja em cima da mesa, Tivemos, para isso, décadas. Cada um terá a sua posição, baseada no seu entendimento da história e dos direitos dos povos. Quando acabar a chacina do Governo de Israel sobre o povo palestiniano, teremos tempo de lá voltar.

Neste momento, também não me parece que esteja em cima da mesa a nossa posição sobre o Hamas, sobre o fundamentalismo islâmico, sobre como deve e como pode ser feita a resistência dos povos às agressões estrangeiras. Que armas são "aceitáveis", ou não, na luta pela justiça e pela liberdade. Ou a nossa posição sobre as motivações religiosas, ou não, dessas lutas. Tivemos anos e anos para manifestar a nossa posição sobre isso. Quando acabar a chacina do Governo de Israel sobre o povo palestiniano, teremos tempo de lá voltar.

Neste momento parece-me que a única coisa que está em cima da mesa é que o Governo de Israel, segundo tudo indica com o apoio maioritário do seu povo e com a conivência e a complacência da comunidade internacional, chacina um povo, mata civis refugiados em escolas, entre eles centenas de crianças, ataca hospitais, destrói centrais eléctricas, arrasa bairros inteiros e tenta fazê-lo a uma cidade / estado inteiros. É que, quando acabar a chacina do Governo de Israel sobre o povo palestiniano já não teremos tempo para o fazer. Não há tempo para nos insurgirmos contra a morte de um povo. Depois da morte de um povo. Nem contra a morte de uma criança. Depois de não a termos deixado crescer.

As dúvidas de que lado se está, são, neste momento, dúvidas simples: do lado do agressor ou da vítima? Do lado de quem oprime ou de quem luta pela liberdade? Do lado de quem destrói hospitais e escolas ou de quem se refugia em escolas e tenta sobreviver em hospitais? Do lado do soldado que usa a criança como escudo ou do lado da criança que, apenas, nasceu no lugar errado da vida? Do lado da morte ou de quem luta pela vida?

O resto, neste momento, são conivências, assumidas ou inconscientes, com o fascismo. Porque é fascista o comportamento do Governo de Israel. E um fascista pode ter todas as "suas" razões do mundo para se ter tornado fascista...mas não deixa de o ser por isso.

(Aqui em baixo, um vídeo que acaba por servir de catalisador da nossa esperança na paz. 
Nem todos os judeus são sionistas. Nem todos os judeus apoiam o extermínio do povo palestiniano levado a cabo pela Governo sionista de extrema-direita, no poder em Israel. Nem todos os judeus perderam a memória. Nem todos os judeus usam o holocausto de que foram vitimas...para justificar o genocídio de que são autores.
Infelizmente não está em português. Mas quem o puder ver,  tenho a certeza que entenderá exactamente o porquê das palavras do Professor Norman Finkelsteis, algures, num outro vídeo que circula pelo You Tube: "se tiverem algum coração dentro de vós, neste momento, estarão a chorar pelos palestinianos".)


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