Algumas das causas previsíveis da derrota do PS e TPA

Por: António Centeio

PARTIDO SOCIALISTA:

A eleição interna na Concelhia de Alpiarça para encontrar o candidato à presidência da Câmara começou logo mal e dividiu os socialistas;

Depois  a demissão de António Moreira, presidente da Comissão;

Desta demissão e da derrota de Regina Ferreira a concelhia deixou de ter a unidade que tinha;

O desaparecimento de Regina Ferreira da ‘cena politica’ foi  o inicio do ‘descalabro’;

A candidatura de Pedro Gaspar nunca foi bem vista pelos verdadeiros socialistas que viram na sua eleição uma ‘trapalhada maquiavélica’ que em vez de juntar os poucos socialistas acabou por os dividir;

A ‘colagem’ de Sónia Sanfona à candidatura de Pedro Gaspar;

Colocar Rosa do Céu como mandatário da candidatura do ‘Mais Alpiarça’ foi a pior decisão tomada, porque:

A CDU conseguiu fazer passar a mensagem para os alpiarcenses, e muito bem, de que a célebre ‘divida dos 13 milhões’ a ele e a Vanda Nunes se ficou a dever, logo, a imagem e tudo que estava associado a Rosa do Céu só penalizaria o candidato.

Verdade ou não esta ‘imagem’ ninguém conseguiu apagar ao ponto de a CDU a usar como argumento da falta do cumprimento do seu programa eleitoral

TODOS POR ALPIARÇA:

O aparecimento de Francisco Cunha e da sua candidatura independente  - mesmo com  o apoio de partidos da esquerda à direita - é bem vinda e os alpiarcenses elogiam o TPA com a esperança de Francisco Cunha mudar o tecido politico alpiarcense;

O aparecimento dos ‘dissidentes’ (ou ressabiados como lhes chamaram) António Moreira, Mário Santiago, Paulo Sardinheiro, Jorge Costa, Gabriela Coutinho e Jorge Atela apanharam desprevenidos os alpiarcenses que estavam confiantes numa verdadeira candidatura independente mas que afinal vão ficar a saber que estes discordantes de outras ideologias políticas irão fazer parte de uma candidatura que começa a ser tudo menos independente;

Temos assim a primeira falha do TPA que julgava por ter os discordantes na sua lista iria contar como o apoio da maioria dos alpiarcenses quando na verdade o passado dos mesmos era muito duvidoso em termos políticos;

O tempo demonstrou que estes abandonados e excluídos da política local apenas buscavam um ‘lugar ao Sol’;

Um ‘erro fatal’ para Francisco Cunha colocar tais pessoas nas suas listas.

Deveria era  ter apresentado nomes de quem não tivesse ligações a outras ideologias políticas. Alguns foram sempre vistos pela ‘negativa’ ou incluídos em temas ‘duvidosos’ das quais muitos alpiarcenses nunca souberam de que lado estava a razão ao ponto da CDU  ‘armar confusão’ como foi o caso do IMI;

Surge a notícia de que o PSD e o MPT iriam apoiar o TPA;

A ‘bomba’ está pronta para a explosão  que só rebentaria  no passado dia 29 de Setembro.

O ‘desnorte’ surge então e os alpiarcenses dividem-se para começarem a ‘atacar’ fortemente  o candidato Francisco Cunha porque sempre acreditaram na sua ‘independência’ mesmo sabendo que nas listas iriam constar  nomes de alguns ‘ressabiados’  mas nunca o apoio de partidos de direita

Foi aqui que Francisco Cunha cometeu o SEU MAIOR ERRO  (ou um colossal erro) porque se esqueceu de um pormenor muito importante:

Esqueceu-se de que Alpiarça é uma terra de esquerda e com as mesmas tradições mas acima de tudo que: Alpiarça é uma terra com uma longa história e um grande passado ligado à esquerda.

Há centenas de famílias alpiarcenses que sentiram na ‘pele’ o mal que a direita lhes fez e milhares de alpiarcenses que sempre ouviram as mais tristes histórias do  passado.

Francisco Cunha esqueceu-se que jamais as famílias mais antigas e os familiares destas permitirão que a direita se instale em Alpiarça nos próximos 15 a 20 anos.

Até lá nunca a direita vencerá em Alpiarça mas talvez vença uma candidatura de verdadeira esquerda composta por candidatos que não tenham qualquer ligação - directa e indirecta - alguma a partidos ou à política como aqueles que o TPA colocou nas suas listas.

Todo o resto mais não é  do que: danos colaterais