Líder
comunista diz ser impossível o país aguentar até 2015 com esta "política
de destruição" e que tudo fará para que o Governo caia antes do final do
mandato.
O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defende, em entrevista à Antena 1,
que o Presidente da República não pode fugir às suas responsabilidades e deve
pedir a fiscalização do Orçamento do Estado (OE) para 2014.
"Se
tiver um rasgo de fidelidade ao juramento que fez, naturalmente, que requeira
essa fiscalização preventiva", afirma Jerónimo de Sousa na entrevista à
rádio pública."Seria no mínimo estranho, é o próprio Governo reconhecer
que existem dúvidas da constitucionalidade de algumas propostas que apresentam,
que o Presidente da República passasse a questão e não usasse aquilo que são as
suas responsabilidades institucionais, de verificar se a Constituição está ou
não a ser cumprida", acrescentou.
Orçamento
penaliza os mais desfavorecido.
Confrontado
com o cenário provável do Orçamento do Estado ser aprovado pela maioria
parlamentar, Jerónimo de Sousa garante estar em condições de usar os direitos
institucionais, conjuntamente com outros, e requerer da fiscalização do
documento.
O líder comunista acusa o OE 2014 de afetar,
sobretudo, os reformados, pensionistas e o sector público, favorecendo mais uma
vez os grupos mais privilegiados.
"Verificamos
este número esmagador que dispensa qualquer discurso, é que a parte do trabalho
de reformados e pensionistas, os serviços públicos, sofrem cortes, uma
austeridade de 82%, enquanto, por exemplo, os chamados intocáveis dentro do
capital financeiro, os grandes grupos económicos, dão uma contribuição de
4%", realça.
Governo
não cai pelas contradições na maioria
Segundo
Jerónimo de Sousa, face ao agravamento dos problemas do país o Executivo de
Passos Coelho só tem uma opção, que é demitir-se ou ser demitido, sublinhando
que para tal a luta do povo português será decisiva.
"Não
esperemos que seja por contradições existentes entre o seio da maioria que este
Governo cai, mas pela vontade do povo português, lutando, convergindo,
particularmente pela convergência de todos os sectores e camadas atingidos por
esta política. Todos juntos terão outra força", declara.
O
secretário-geral do PCP garante ainda que é impossível o país aguentar até 2015
com esta "política de destruição" e que tudo fará no quadro dos
direitos constitucionais para travar esta situação.
"Nós
faremos tudo para que isso não aconteça, para bem de Portugal e dos
portugueses", rematou.
«Expresso»
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