O
secretário-geral da UGT, Carlos Silva, manifestou-se ontem pouco tranquilo
quanto a algumas medidas previstas no Orçamento do Estado para 2014 (OE2014),
que «permitem vislumbrar no horizonte próximo um grande clima de
conflitualidade».
O
dirigente da central sindical afirmou ontem
à agência Lusa que "o Governo procurou" essa conflitualidade,
"porque não acautela os direitos das pessoas, quer reduzir salários, quer
retirar pensões, quer esmagar os direitos adquiridos, quer estoirar com a
negociação coletiva".
Para Carlos Silva, o OE2014 não é
"amigo" do emprego, nem do crescimento económico, e o Governo é
"um péssimo exemplo" como patrão.
"O
Governo também é um patrão, mas é um mau patrão, mau pagador, irresponsável e
que tem um conjunto de medidas programadas para o próximo ano através do
Orçamento do Estado que nos deixam muito 'intranquilos' e que permitem
vislumbrar no horizonte próximo um grande clima de conflitualidade",
sustentou.
Carlos
Silva defendeu que o Orçamento para 2014 não deve ser aprovado na Assembleia da
República sem a introdução de alterações que considera
"indispensáveis" para a manutenção da "estabilidade
social", deixando um apelo "à sensatez" do Governo e dos
partidos que o sustentam, PSD e CDS-PP.
O
dirigente apresentou o diálogo, a concertação e o espírito de compromisso como
fazendo parte do "património imaterial da UGT", mas acusou o Governo
de estar "a empurrar" os sindicalistas para "o
radicalismo".
"Tudo
faremos, naturalmente, para combater e rejeitar as políticas de destruição do
tecido produtivo e sobretudo da expectativa dos trabalhadores e das
trabalhadoras do nosso país, dos reformados e dos pensionistas",
argumentou.
A UGT
está contra os cortes nos salários superiores a 600 euros e nas pensões,
recusando também a lei que impõe 40 horas semanais de trabalho aos funcionários
públicos.
Carlos
Silva falava à Lusa após uma visita ao complexo petroquímico da Repsol em
Sines, onde registou "com agrado" o "clima de paz social
vivido".
"Uma
empresa que teve, naturalmente, consequências complicadas da crise que todos
vivemos na Europa, e em Portugal de forma particular, mas que evitou (...)
criar dificuldades sociais, assumindo ela própria alguns custos", elogiou.
«Lusa»
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