Exerci uma profissão quase três dezenas de anos onde atendia directamente o público. Indirectamente sabia dos seus problemas, porque numa terra pequena como Alpiarça é fácil saber-se a “vida de cada um”.
Como complemento, vai para perto de quatro dezenas de anos que colaboro para jornais. Fiz muitas entrevistas e reportagens e outras coisas mais. Com estas actividades penso que adquiri alguma experiência que me deu um pouco de sabedoria para conhecer melhor as pessoas e, saber quando as mesmas mente ou falam verdade ou, quando estão a fingir.
Mesmo que andasse na melhor “Faculdade” nunca obteria a experiência que consegui na minha profissão no “atender público”. Só quem exerce uma profissão num local como eu exerci, sabe e compreende estas palavras.
Vêm isto a propósito de uma pequena crónica hoje publicada no “Jornal Alpiarcense” denominado “Os verdadeiros comunistas sabem respeitar as ideias dos outros”. O autor, em poucas palavras diz a verdade.
Recentemente andei no terreno em busca de informações para fazer uma crónica sobre a possível criação do “Movimento Independente Alpiarcense” e de uma “Coligação” que o PSD e CDS/PP pretendem levar a efeito.
Para fazer a peça tenho que ouvir as pessoas que ocupam cargos de responsabilidade ou exercem cargos que permitam acreditar no que nos dizem para que a noticia seja verdadeira. É uma das regras sagradas do jornalismo. O “informador” deve ser uma pessoa idónea para que não possa haver desmentidos ou outras consequências para o jornal que vai publicar a notícia. Acima de tudo há que defender a imagem e a credibilidade do próprio jornal.
Das imensas pessoas com quem falei, quando lhes perguntava se eram filiadas no “PS”, “PSD”, “PP” ou outra força partidária as respostas eram quase todas negativas ou sujeitas a um “encolher de ombros” como se: “ser filiado neste ou naquele partido, seja um crime” ou “é uma vergonha assumir o seu ideal político”.
Poucos confessaram a sua simpatia por este ou aquele partido. Outros, fogem de dar a sua resposta ou opinião como o “Diabo foge da cruz”. Verdade seja dita; quando abordo os comunistas, estes nada recusam como nada escondem. Orgulham-se de ser “comunistas”. Se na brincadeira, lhes pergunto se «são mesmo?» puxam logo pelo “Cartão de Militante” para que não me reste duvida alguma.
Admiro estes homens e estes comunistas. São os verdadeiros comunistas. Alguns, debatem as suas ideias e os seus princípios como aceitam e respeitam as ideias dos outros.
São os verdadeiros comunistas. A estes, a minha admiração e o meu respeito.
Mas não é só no PCP que existem estes militantes. Também estão noutros partidos.
António Centeio
Sem comentários:
Enviar um comentário