A Associação de Afetados por Inundações e Calamidades (AAIC)
anunciou hoje que pretende "responsabilizar o Estado" por não responder
às reclamações das comunidades afetadas pelas cheias e apela à criação
de um fundo de calamidades.
António Fonseca, presidente da AAIC, afirmou hoje à Lusa que o
objetivo da associação, sediada na Ribeira do Porto, passa pela
constituição de um fundo de calamidades e pela criação de um consórcio
para substituir as seguradoras, algo, que segundo António Fonseca,
presidente da AAIC, já acontece em vários países, "no caso de Espanha há
mais de 50 anos".
O dirigente recordou que estas mesmas propostas foram apresentadas no
ano passado pela AAIC numa reunião com o secretário de Estado da
Administração Interna, Filipe Lobo D'Ávila.
António Fonseca lamenta que desde então "nada se tenha feito" para
minimizar os danos causados pelas cheias e que o Estado "nunca tenha
recorrido ao Fundo de Solidariedade criado pela União Europeia em 2001,
ao qual países como a Alemanha ou a Holanda recorrem em situações de
calamidade".
Nos próximos dias os elementos da associação, com a colaboração dos
peritos reguladores de seguros, vão para o terreno fazer um levantamento
das recentes inundações, de forma a calcular os estragos registados.
"A dificuldade não é conviver com as cheiras mas sim com os seus prejuízos", sublinhou.
Na sequência desse levantamento, a associação vai determinar "as
medidas a tomar contra o Estado", procurando promover uma "frente
reivindicativa", disse o presidente da AAIC.
António Fonseca garante que a associação pretende apenas "atuar com
legitimidade na defesa dos afetados pelas cheias e arranjar soluções",
como a construção de novas barragens.
«DE»
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