OPINIÃO
Ver “Alpiarça por um canudo” é o que pode acontecer a este pequeno concelho situado na lezíria ribatejana que é um dos cinco existente no país que apenas possui uma freguesia a qual corresponde à totalidade do território do concelho.
Dos poucos eventos que levava o efeito e que lhe davam alguma projecção a nível nacional, por causa da crise e de questões politicas aos poucos vai perdendo a sua reputação.
Dos eventos que deixaram de existir, destacam-se a “perda” da sua “Feira do Vinho” passando esta a ser organizada pela Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) e a realizar-se no Cartaxo como já deixou de ser visível o “Fogo de Artificio” que se realizava nos “passagens de ano” por causa da contenção de despesas” que a autarquia começou a levar a efeito para começarem a aparecer alguns “festejos populares” com projecção local que só são visitados pelos habitantes locais e pouco mais; a inactividade de certos eventos como a falta de actividade de outros meios existentes para além de alguns organismos que por aqui funcionavam mas que já fecharam as suas “portas” e mais um rol de casos que nem vale a pena descriminá-los.
A falta de desenvolvimento e a diminuição de população tem vindo a contribuir para Alpiarça qualquer dia só poder ser vista por um “canudo” ou, porque não, até perder a sua identidade que já tudo indica que mais tarde ou mais isto vai acontecer
Não bastasse o “descalabro em que se encontra, quer social e economicamente, agora até os poucos dirigentes do Rancho Folclórico da Casa do Povo desentenderam-se, talvez por razões politicas, e vai daí, cada um foi para seu lado para passar a existir dois ranchos, o “Rancho Folclórico da Casa do Povo de Alpiarça” e o “ Grupo Etnográfico de Danças e Cantares de Alpiarça”.
Resta como “visita obrigatória” a “Casa Museu dos Patudos” que continua a ser a “ex-líbris” mas que infelizmente continua também já a perder dimensão publicitária a nível nacional porque não é feito qualquer divulgação da casa em que viveu o homem que disse bem alto nas varandas da Câmara Municipal de Lisboa “Viva a República”.
Mesmo sendo esta simpática vila “banhada por uma das “marachas do Tejo”, alguns encantos e uma potencial riqueza continua por explorar, nomeadamente: Estações arqueológicas da Quinta dos Patudos ou Tanchoal dos Patudos; Estações arqueológica do Cabeço da Bruxa, Quinta da Gouxa (*) , para as quais os responsáveis pouco ligam como não são capazes de as explorar.
Valha-nos então a boa alegria e boa disposição dos alpiarcenses que continuam a ser hospitaleiros para quem os visita.
Para quem gosta e não conhece a “Arqueologia de Alpiarça” aqui fica alguns apontamentos:
«A situação geográfica de Alpiarça, situada na margem esquerda do Tejo, favoreceu a ocupação humana desde o Paleolítico Inferior até à época Romana.
Na zona do Vale do Forno foram encontrados depósitos e indústrias líticas datáveis do Paleolítico Inferior. Esta zona, já conhecida desde os anos 40, apenas nos anos 80 foi verdadeiramente explorada através dos trabalhos arqueológicos feitos na Zona de Milharós, onde foram encontrados depósitos e industrias líticas datáveis do Paleolítico inferior. Foram também descobertos vestígios de flora que possivelmente serão anteriores à Glaciação de Wurm. Além do Vale do Forno há também a destacar as estações arqueológicas do Barreiro do Tojal, Vale da Caqueira, Quinta do Outeiro, Vale da Atela, Barreira da Gouxa e Vale dos Extremos.
O povoado do Alto do Castelo, localizado entre as necrópoles do Tanchoal e do Meijão, é conhecido, desde o inicio do século XIX, por Mendes Corrêa, e na década de 80 foi estudada pelo Instituto Arqueológico Alemão. A sua cronologia é anterior à época romana, tendo sido ocupado durante a Idade do Bronze Final ou a Idade do Ferro. Foi também ocupado pelos romanos, uma vez que se encontraram materiais desse período, como moedas e fragmentos de cerâmica. O Cabeço da Bruxinha foi ocupado provavelmente na Idade do Bronze Final ou Idade do Ferro, e posteriormente pelos romanos. Aí foram encontrados materiais de cerâmica e cerâmica de construção. O Cabeço da Bruxa localiza-se na Quinta da Gouxa a cerca de 600 metros a oeste da Estrada Nacional 118 de Alpiarça a Almeirim. Esta estação arqueológica é conhecida desde a década de 30, tendo sido alvo de escavações arqueológicas feitas em 1979 também pelo Instituto Arqueológico Alemão. Os materiais aí encontrados têm várias cronologias, datando da Pré-História, Idade do Bronze, Época Romana e outras. A Quinta da Gouxa é uma estação arqueológica ocupada desde a Pré-História até à época Romana.
Segundo alguns autores, em Alpiarça passava uma das vias romanas em direcção a Mérida, como provam os vários marcos miliários encontrados dedicados ao imperador romano Trajano.»
Poderá saber mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alpiar%C3%A7a
Pouco me interessa que toda esta situação, que tem vindo a piorar a alguns anos a esta parte, seja culpa dos socialistas ou dos comunistas, o que sei é que é uma verdade e que todo este “embuste” é uma realidade que em vez de terminar está para continuar.
Mesmo que me acusem de tanto criticar Alpiarça e que nos governa, pouco me importa, porque na verdade o que me preocupa é ver a minha terra a afundar-se dia após dia sem ninguém fazer nada.
Alegra-me estes «desabafos» que “tempos a tempos” mando como «recado» para que alguém tome uma medida drástica.
Por ser alpiarcense não tenho que pactuar com o sistema vigente porque, felizmente dele não preciso e até não simpatizo com a “classe politica” e muito menos preciso dos seus favores. É uma classe que me enoja e ás vezes só me apetece intitulá-los de palavras que não as posso dizer.
E porque sou alpiarcense, tenho o direito de criticar tudo e todos, quando estes têm as «rédeas do poder» e nada fazem como tenho o direito de criticar aquilo que entendo estar mal. Ao fazê-lo não estou a demonstrar que não gosto da minha terra mas sim a mostrar que me preocupo com ela e com o futuro das gerações que são o garante de Alpiarça.
Hipócrita é que não sou para fingir que tudo está bem quando todos nós sabemos que não corresponde à verdade.
Por mais que nos custe, há momentos da nossa vida que temos que dizer a verdade e a verdade é que neste momento vivemos em Alpiarça uma “ grande mentira” e uma pura ilusão porque em vez de melhorar ou se modificar, dia após dia Alpiarça está a descair e não há ninguém que a segure.
Hipócritas são aqueles que dependem dos partidos para sobreviverem ou mostrarem publicamente as suas incapacidades ou que recebem ordenados ou “senhas” dos partidos.
Estes é que não podem criticar nem permitir que digam mal do sistema que os sustenta ou alimenta.
Mas não pactuo com este forma e não gosto de fingir que tudo está bem quando todos nos “bastidores” ou no “Largo da Boneca” dizem que «as coisas não vão bem na nossa terra» mas nunca na frente de quem lhes paga o sustento, porque lhes falta a coragem.
Alpiarça é uma «terra danada» onde até na sua “Praça Vermelha” em pequenos “grupinhos”os vermelhos dizem mal dos próprios “vermelhos” e criticam a torto e a direito aqueles em que votaram como deitam abaixo quem lhes dá o vencimento para seu sustento e dos seus.
Aos "vermelhos" tudo é permitido dizer e às vezes até escrever. Os vermelhos podem dizer na “sua praça” mal dos seus próprios camaradas mas aos «outros» já não é permitido criticar ou dizer mal .
Ai de quem o faça!
Cai o “Carmo e a Trindade” na “Praça Vermelha” e no “Largo da Boneca”.
Cambada de hipócritas é que são que não tem vergonha nenhuma de estar a dizer mal de quem os protege e alimenta.
Estes “rufias” pagos a “meio soldo” para protegerem o seu “regime” não enxergam a destrinça do que é criticar confundido a “critica” como não se gostando de Alpiarça quando na verdade alguns destes “pelintras” caíram de “pára-quedas” nas herdades dos outros para depois as fazendo como suas para hoje nem sequer existir nenhuma.
Sabem lá este “usurpadores” o que é «gostar da nossa terra«!E depois vem apregoar o socialismo e dizerem mal de quem os critica.
“Raios os parta a todos”!
Como alpiarcense, sou o primeiro a lamentar toda esta situação como a falta de iniciativa por parte de quem pode fazer alguma coisa para que a situação seja invertida mas que permite que tudo continue na mesma.
A.C.