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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Presidente da Câmara fala sobre a situação politica e diz o que pensa dos vereadores da oposição

A evolução da actuação das diversas forças políticas na vida autárquica alpiarcense ao longo deste primeiro ano de mandato demonstra claramente que só a CDU mantém uma atitude positiva e consequente quanto ao desenvolvimento do concelho



Mário Pereira, presidente da Câmara Municipal de Alpiarça

Porque o ambiente político em Alpiarça não é o melhor para além do funcionamento institucional de muitas reuniões de Câmara deixar muito a desejar, Jornal Alpiarcense questionou Mário Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça para que nos desse a sua opinião sobre a situação politica local.
Aproveitámos a disponibilidade do presidente para que nos desse também  a sua opinião sobre as relações politicas com os vereadores da oposição.
 Mário Pereira elogia a “forma correcta” do Pedro Gaspar (PS) mas quanto a Francisco Cunha (TPA/PSD) o seu “preconceito anti-comunismo” e as suas “insinuações”  mostram um “enorme desrespeito pela dignidade do órgão autárquico para o  qual foi eleito”.

Jornal Alpiarcense (JA) - O que tem a dizer sobre a actual situação política que se vive em Alpiarça?

 Presidente da Câmara (PC) - A evolução da actuação das diversas forças políticas na vida autárquica alpiarcense ao longo deste primeiro ano de mandato demonstra claramente que só a CDU mantém uma atitude positiva e consequente quanto ao desenvolvimento do concelho. Temos procurado continuar a honrar os compromissos assumidos com a população, a apoiar os agentes culturais, desportivos e económicos, de modo a que haja progresso social, mesmo quando toda a vida económica do País e as medidas políticas do Governo parecem querer puxar para o sentido inverso.

O relacionamento formal entre a Câmara, a Junta de Freguesia e as Assembleias municipal e de freguesia tem sido muito bom, assim como com o movimento associativo e as escolas; julgo dever ser um elemento a valorizar, na análise da actualidade no concelho.

É apenas a CDU – os seus apoiantes e eleitos na Freguesia e no Município – quem tem demonstrado verdadeiro interesse em defender o poder local contra os ataques do poder central às autarquias, em defender os serviços públicos de proximidade no concelho, em manter o nível de qualidade de prestação de serviços municipais essenciais, em apoiar socialmente os que são brutalmente atingidos pela redução dos seus rendimentos e prestações sociais, em resultado de políticas injustas por parte do Governo PSD-CDS, muitas delas na continuidade do que foi feito por anteriores governos de maioria PS.

Câmara Municipal de Alpiarça

Neste ano do Centenário temos conseguido realizar muitos e diversos eventos culturais e desportivos que têm atraído muitos visitantes ao concelho e contribuído para afirmar Alpiarça e as suas gentes no exterior.

Tudo faremos para continuar a agir junto da nossa população, recuperando financeiramente o Município e aproveitando os fundos do novo Quadro Comunitário para realizar algumas obras importantes.
Quanto à acção de outros, ou seja, concretamente, ao papel que neste quadro tem sido desempenhado pelas forças da oposição PS e PSD/MPT, lamento dizer que se nota sobretudo – com algumas excepções pontuais – uma preocupação “destrutiva”, de “dizer mal”, disparando em todas as direcções – entenda-se, contra tudo o que quer que seja feito pela maioria CDU – julgando que, assim, poderão ter algum retorno eleitoralista no futuro.

Como se fosse possível ganhar credibilidade com um discurso e uma prática pautada pelo “bota-abaixo”, sem reflexão interna, sem coerência, sem uma compreensão do que seja a acção das autarquias locais, as suas competências e atribuições, sem qualquer ligação à realidade alpiarcense.

Mesmo as propostas que poderiam ser tidas como construtivas são, quase sempre, apresentadas por puro oportunismo político, e para que delas surja ruído, de forma desgarrada, em conflito com o Programa Eleitoral da CDU que foi sufragado positivamente pela maioria absoluta dos eleitores, e cujo objectivo final é apenas poder dizer que a CDU recusou uma determinada proposta.

É uma pena este tipo de oposição, sobretudo porque vivemos um momento de agravamento das condições de vida de muitos milhares de portugueses, de alpiarcenses, de crescentes ataques e limitações ao poder local democrático, saído da Revolução de Abril, para combate aos quais seriam importantes os esforços de todas as forças políticas com representação nas autarquias.

Nós, eleitos da CDU na Câmara Municipal, continuaremos a procurar pontos de entendimento e formas de actuação comuns com as outras forças políticas, desde que esteja em causa o interesse de Alpiarça e dos alpiarcenses, esperando que alguns dos eleitos por essas forças possam vir a alterar os seus comportamentos e atitudes até agora demonstrados.

Por outro lado, enquanto maioria, e cumprindo o Estatuto do Direito de Oposição tal como em todos os anos anteriores, iremos solicitar às forças políticas com representação nos órgãos do Município que apresentem propostas que possam vir a ser integradas no Orçamento e Plano de Actividades para 2015.

JA - O que o levou a acabar com a “relação pessoal de amizade” que mantinha com o vereador Francisco Cunha?
PC - Julgo que antes das eleições autárquicas de 2013 todos os actuais membros do executivo camarário mantinham boas relações pessoais entre si. No que a mim diz respeito, tenho sempre procurado que a cordialidade – e até a amizade – prevaleça no relacionamento político institucional.

Uma reunião de Câmara

Julgo que o vereador do PS Pedro Gaspar tem interpretado de forma correcta a sua responsabilidade e o seu papel: demonstra os seus pontos de vista, na maioria das vezes opostos à opinião da maioria; coloca as suas questões e faz as suas afirmações, com total liberdade, naturalmente; mas fá-lo com correcção e no total respeito institucional, para com o órgão Câmara Municipal, e no respeito pessoal, para com os outros membros do executivo.
O mesmo já não poderei dizer sobre a atitude do vereador eleito pelo PSD, Francisco Cunha, que tem, desde início de mandato, um enorme desrespeito pela dignidade do órgão autárquico para o qual foi eleito, insistindo numa intervenção definida pela constante insinuação depreciativa do carácter dos outros e  pela provocação como modo de desestabilização do que deveria ser o normal funcionamento institucional das reuniões de Câmara.

Como certamente compreenderão os leitores, não será fácil a pessoas sérias e honestas lidarem com completa serenidade com as insinuações do vereador Francisco Cunha; como compreenderão também, é muito difícil a militantes do PCP – partido político português que lutou pela dignidade dos trabalhadores alpiarcenses e pela liberdade em Portugal, pela construção da democracia, que, todos os dias continua a lutar por uma sociedade mais justa e progressista – ficarem “impávidos e serenos” perante as constantes provocações eivadas de preconceito anti-comunista deste vereador.


Vereador Pedro Gaspar, do PS (lado esquerdo) e Vereador Francisco Cunha do TPA/PSD (lado direito)
Portanto, neste cenário, não serei certamente eu que, com as minhas atitudes, contribuo para acabar com qualquer “relacão pessoal de amizade”.

Mantenho a expectativa de que seja possível intervirmos institucionalmente na Câmara e na Assembleia Municipal de forma a dignificarmos os órgãos autárquicos (neste ano centenários) e a democracia local, de forma a dignificarmos a nossa terra e os nossos conterrâneos. Para tal é necessária a colaboração de todos, independentemente de “amizades” reais ou fictícias. Colaboração marcada pelo respeito e ao serviço dos alpiarcenses.

Com:  António Centeio/JA