Por: Anabela Melão |
Mas que dificuldade pode ter, décadas depois, plagiar Alves Reis?! Conhecido burlão, dotado de uma inteligência rara, conseguiu emitir 200.000 notas de 500 escudos [verdadeiras!!! produzidas na gráfica oficial do Banco de Portugal, a Waterloo & Son's, com as mesmas chapas de emissões], num montante que o tornou, seguramente, um dos homens mais ricos de Portugal em 1925. O mais caricato nessa história é que, com a inundação de notas de 500$, os feirantes deixaram de as aceitarpor suspeitarem da sua autenticidade. Os feirantes deram conta do que o Banco de Portugal não lhe convinha dar. Procedeu a uma rigorosa análise e concluiu que a mesmas eram verdadeiras (e eram-no!). Foi a campanha na imprensa que acabou por surtir os seus efeitos e o crime acabou por ser descoberto através da denúncia de um cambista no Porto, onde os "homens de mão" de Alves Reis convertiam essas notas em moeda estrangeira. Burlão e criminoso mas ao mesmo tempo genial. Faço minhas as palavras de Teixeira da Mota, seu biógrafo, "Admiro-o muito e condeno-o muito pouco." ´Já quanto ao seu imitador, Ricardo Salgado, lançando mão de recursos de engenharia financeira de alto gabarito e de políticos que lhe comiam à mão, foi preciso muito menos para acabar com um banco. E começar outro! A história repete-se! E sim, há casos em que a mesma água corre debaixo da mesma ponte duas vezes. Em Portugal, já vamos na terceira, que o BPN também conta!
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