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domingo, 10 de agosto de 2014

OPINIÃO: "Conselho de Ministros eletrónico"

Por: Anabela Melão
E foi no domingo passado neste Portugal que é a casa da mariquinhas que ocorreu o tal "Conselho de Ministros eletrónico", em que um conjunto de engravatados que usam uns pin's a dizer "ministros", aprovou de urgência,
um decreto-lei para oferecer de bandeja um menu de novos poderes ao Banco de Portugal para usar na caldeirada do BES, em particular no que diz respeito à futura venda da nova instituição bancária, o Novo Banco.
O decreto (114-B/2014) é parco nos seus seus três artigozinhos e está assinado apenas por Paulo Portas, como vice-presidente, e pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tendo sido promulgado pelo Presidente da República no próprio dia. 
A alteração da lei coloca, nas mãos do próprio regulador, todo o poder para determinar quando e como poderá ser alienado o Novo Banco. 
Ricardo Salgado conseguiu o feito, entre os outros já corriqueiros que lhe conhecemos, de se igualar a Eusébio e a Mandela. Por causa dele, houve (?!) um e-Conselho de Ministros [possibilidade que existe desde agosto do ano passado, quando foi alterado o Regimento do Conselho de Ministros, no seu ponto 6.3, em que se passou a prever que "em caso de urgência, as deliberações sobre pontos da agenda previamente discutidos em Conselho podem ser tomadas mediante a receção por meio eletrónico, na presidência do Conselho de Ministros, da posição de cada um dos membros do Conselho".

Agora que um dos Espirito Santos conseguiu ser alvo de uma graciosa deliberação que não assiste sobre coisas comuns nem homens comuns, seguindo-se, só por sua causa, o procedimento de e-Conselho de Ministros, já adoptado em duas ocasiões [quando foi decretado o luto nacional pela morte de Eusébio e de Nelson Mandela] está por resolver a questão do Panteão. Quando falecer - que deus o mantenha vivo por muitos anos para um dia nos contar as histórias encobertas e acobertadas desta história tão mal contada! - este "espirito santo" será sepultado no Panteão Nacional, a exigência dos governantes que tem custeado nos últimos anos, ou como é "espirito santo" vai direitinho para o jazigo familiar, apesar das alminhas desamigadas que por lá habitarão, ou ruma ao céu sem mais delongas?

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