Por: Anabela Melão |
E foi no domingo passado neste Portugal que é a casa da
mariquinhas que ocorreu o tal "Conselho de Ministros eletrónico", em
que um conjunto de engravatados que usam uns pin's a dizer
"ministros", aprovou de urgência,
um decreto-lei para oferecer de bandeja um menu de novos
poderes ao Banco de Portugal para usar na caldeirada do BES, em particular no
que diz respeito à futura venda da nova instituição bancária, o Novo Banco.
O decreto (114-B/2014) é parco nos seus seus três
artigozinhos e está assinado apenas por Paulo Portas, como vice-presidente, e
pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tendo sido promulgado pelo
Presidente da República no próprio dia.
A alteração da lei coloca, nas mãos do próprio regulador,
todo o poder para determinar quando e como poderá ser alienado o Novo
Banco.
Ricardo Salgado conseguiu o feito, entre os outros já
corriqueiros que lhe conhecemos, de se igualar a Eusébio e a Mandela. Por causa
dele, houve (?!) um e-Conselho de Ministros [possibilidade que existe desde
agosto do ano passado, quando foi alterado o Regimento do Conselho de
Ministros, no seu ponto 6.3, em que se passou a prever que "em caso de
urgência, as deliberações sobre pontos da agenda previamente discutidos em
Conselho podem ser tomadas mediante a receção por meio eletrónico, na
presidência do Conselho de Ministros, da posição de cada um dos membros do
Conselho".
Agora que um dos Espirito Santos conseguiu ser alvo de uma
graciosa deliberação que não assiste sobre coisas comuns nem homens comuns,
seguindo-se, só por sua causa, o procedimento de e-Conselho de Ministros, já
adoptado em duas ocasiões [quando foi decretado o luto nacional pela morte de
Eusébio e de Nelson Mandela] está por resolver a questão do Panteão. Quando
falecer - que deus o mantenha vivo por muitos anos para um dia nos contar as
histórias encobertas e acobertadas desta história tão mal contada! - este
"espirito santo" será sepultado no Panteão Nacional, a exigência dos
governantes que tem custeado nos últimos anos, ou como é "espirito
santo" vai direitinho para o jazigo familiar, apesar das alminhas
desamigadas que por lá habitarão, ou ruma ao céu sem mais delongas?
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