O Financial Times
refere que da fórmula de Excel usada pelos dois investigadores para calcular a
taxa média de crescimento no caso de a dívida ser superior a 90% foram
retirados cinco países - Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá e Dinamarca. O
erro reduziu o valor do crescimento médio de 2,2 % para - 0,1%.
A investigação,
assinado pelos economistas da Universidade de Harvard Carmen Reinhart e Kenneth
Rogoff foi citado em mais de 500 artigos universitários posteriores e
mencionado por pelo comissário europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn,
pelo secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, ou pelo candidato
republicano à vice-presidência, Paul Ryan.
A polémica foi
suscitada por Mike Konczal, um investigador do Instituto Rossevelt, que
publicou os resultados de um estudo de outros três economistas da Universidade
de Massachusetts que tiveram acesso aos dados utilizados por Reinhart e Rogoff.
Thomas Herndon,
Michael Ash e Robert Pollin concluíram que os dois autores de Harvard excluíram
determinados anos e países dos dados e questionaram a forma como ponderaram as
estatísticas do ensaio "Crescimento em tempo de dívida".
A esquerda
americana tem utilizado o estudo dos investigadores de Massachusetts para
questionar o caminho da austeridade. Dean Baker, um dos diretores do Centro
para a Pesquisa Económica e Política, defendeu já a "reavaliação das
políticas fiscais dos Estados Unidos e de outros países".
"Como o
desemprego foi causado pelo erro aritmético de Reinhart e Rogoff",
questionou.
Harvard Carmen
Reinhart e Kenneth Rogoff já reagiram, sem comentarem o alegado erro na fórmula
de Excel. Em comunicado, os dois investigadores sustentam que as suas
conclusões são factuais e corretas.
Paul Krugman,
nobel da Economia, classificou a reacção dos economistas de Harvard de
"muito má", considerando que os dois investigadores "fugiram à
crítica".
«JN»
«JN»
Sem comentários:
Enviar um comentário