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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Oposição “surpreendida” com renúncia do presidente da Câmara de Alvaiázere

Enviado por: C.I
 Os vereadores da oposição na Câmara Municipal de Alvaiázere, cujo presidente anunciou hoje que vai renunciar ao mandato em abril de 2015, manifestaram-se surpreendidos com a decisão.
“Não estava à espera. Inclusivamente, no discurso do início deste mandato, o senhor presidente tinha dito que faria o mandato até ao fim, pelo que nada fazia esperar que tomasse outra decisão”, afirmou à Lusa o vereador Nelson Silva, eleito pelo CDS-PP, considerando que a decisão de Paulo Tito Morgado é “um não reconhecimento às pessoas que confiaram o seu voto nele para mais este mandato”.
Para Nelson Silva, o presidente da câmara “tomou esta decisão por ter outros projetos pessoais em curso”.
Também Teodora Cardo, do PS, declarou ter ficado “muito surpreendida”, referindo que, “oficialmente”, ainda não sabe de nada, embora se “ouvissem comentários de que “o presidente não ficaria até ao fim do mandato”.
O presidente da Câmara de Alvaiázere, no distrito de Leiria, anunciou hoje a renúncia ao mandato a 30 de abril de 2015.
Numa declaração sem direito a perguntas, nos Paços do Concelho, Paulo Tito Morgado afirmou que se foi eleito, “legítima e democraticamente pelo povo”, só a este “assistiria o direito de dizer até quando o deveria representar”.
“Considero, por isso, que a lei de limitação de mandatos, se por um lado encerra virtudes, por outro desvirtua grosseiramente a vontade popular”, observou, dizendo não necessitar “de uma qualquer lei de limitação de mandatos” para se autodisciplinar ou se autolimitar no exercício das funções.
O autarca esclareceu que definiu, desde o início, que “assumiria um projeto a dez anos”, pelo que vai cumprir, observando que os dois primeiros mandatos foram “suportados” no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), estando-se agora num “novo ciclo de fundos comunitários”.
“Perante isto, considero que é chegado o momento”, argumentou, referindo, por razões de ordem ética e de responsabilidade cívica, não ser oportuno perpetuar-se no cargo até 2017, “ou seja até ao limite legal que a lei” de limitação de mandatos lhe impõe, “sendo certo que tal atitude condicionaria todas as opções políticas e de desenvolvimento estratégico daqueles” que lhe sucederem.
Para Paulo Tito Morgado, ao tomar esta decisão, permite-se “um amplo debate estratégico e político a ter lugar nos próximos anos para o futuro deste concelho”.
Acrescentando que em dez anos abraçou “um projeto autárquico de modernização e de desenvolvimento do concelho”, em “tempos de grandes dificuldades e de excecionais limitações e restrições orçamentais”, o autarca acrescentou que se debateu sempre, mas sem especificar, “contra interesses individuais, mas também contra interesses corporativos instalados”.
O autarca adiantou que os próximos seis meses serão o tempo mais que suficiente para, em conjunto com a sua equipa, “encerrar as pastas” do QREN, “sem condicionar” a estratégia do próximo ciclo de apoios comunitários.
Paulo Tito Morgado foi eleito pela primeira vez em 2005, tendo sido reeleito em 2009 e agora em 2013. Tem 46 anos e é licenciado em Economia.
Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, o autarca ocupa ainda vários cargos de direção em diversas instituições de Alvaiázere, cargos que vai manter.
«Lusa»

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