As exportações portuguesas voltaram a crescer, em setembro, a um ritmo inferior aos das importações: 3,7% contra 5,6%. É uma tendência que está a verificar-se desde o início do ano. Há duas razões principais para isso: os portugueses, particulares e empresas, estão a comprar mais carros, ao mesmo tempo que as exportações de combustíveis estão a perder gás.
O "motor" saudável do crescimento da economia portuguesa - as exportações - está a trabalhar a um ritmo mais lento do que o das importações. A situação é contrária ao que se verificou nos anos que se seguiram à chegada da troika e acentua os riscos de a economia voltar a assentar, sobretudo, do lado do consumo. Esta evolução é visível nas comparações mensais homólogas, trimestrais ou mesmo para o conjunto dos três trimestres: todos os números provam que as compras (+3,5%) estão a crescer a um ritmo mais do que três vezes superior ao das vendas (+1%). Tudo isto tem contribuído para uma degradação do défice comercial, que no terceiro trimestre aumentou 85 milhões de euros, fazendo com que a taxa de cobertura recusasse de 81,1% para 80,3%.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística a subida homóloga das importações resultou, essencialmente, das compras de veículos e outro material de transporte e combustíveis. Este perfil está em linha com os dados que têm sido divulgados pelo sector automóvel, que mostram subidas mensais acima dos 25% desde o início do ano, nos veículos de passageiros, comerciais ligeiros e mesmo de pesados. Do lado das exportações, os bens que mais estão a sair de Portugal são metais comuns, produtos agrícolas, plásticos e borrachas. A informação do INE mostra que a UE tem sido o nosso principal fornecedor e comprador. Um dado que também pode ser preocupante tendo em conta o arrefecimento das principais economias europeias.
«DV»
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