Portugal vai ter uma grande dificuldade em
sair da crise e em aumentar a competitividade externa porque o sector público
tem "constrangimentos agudos nas suas competências de gestão" e os
sectores exportadores vão no mesmo caminho, estando aparentemente capturados
num ciclo vicioso de falta de investimento e de qualificações na área da
gestão.
O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lisboa,
Albert Jaeger, foi a Madrid explicar por
que razão é tão difícil a reabilitação económica de Portugal, mesmo depois da
aplicação de um programa de ajustamento que durou três anos. Desta vez, o
diagnóstico foi centrado na falta de competências da gestão nacional.
Na apresentação que fez na escola de gestão IE Business School,
Jaeger, o economista austríaco que ocupa o lugar de residente permanente do FMI
em Portugal, tentou responder à pergunta "Por que é tão difícil melhorar a
competitividade externa?"
A resposta veio em quatro pontos. As ferramentas de política ao
dispor do país são "limitadas", começou por dizer.
Primeiro, a economia não pode fazer desvalorização cambial por
estar no euro e a opção da desvalorização fiscal, e porque a redução da Taxa
Social Única (TSU) paga pelas empresas por conta dos trabalhadores - medida
defendida pelo Fundo e por Vítor Gaspar, na altura ministro das Finanças - foi
"rejeitada".
«NM»
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