O PS defendeu que os números do INE hoje divulgados "confirmam o
fracasso" das políticas de "superausteridade" do Governo, provando que o
"caminho" de cortes nos subsídios dos trabalhadores e no investimento
público não resolve o défice.
"Os números que acabámos de conhecer
por parte do INE revelam e confirmam o fracasso do Governo no controlo
do défice, as contas validadas pelo INE apontam para um défice de 5,6%.
Estamos a falar de um resultado muito longe daquele que o Governo se
propôs alcançar, que era de 4,5% no final de 2012", afirmou o deputado
socialista Nuno Sá aos jornalistas, no Parlamento.
O défice orçamental nos primeiros três trimestres do ano atingiu os
5,6% do produto interno bruto (PIB), de quase sete mil milhões de euros,
valores em contabilidade nacional, a que conta para Bruxelas, indicou
hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
"As políticas seguidas pelo Governo PSD/CDS-PP de superausteridade
têm tido efeitos devastadores do ponto de vista económico e social,
portanto, não há um controlo do défice, que ainda agrava toda a situação
que o país vive. É o falhanço absoluto deste Governo", sustentou.
Nuno Sá apontou para os "dois aspectos da contabilidade nacional em
que se verifica redução de despesa: redução de despesa com pessoal e
redução do investimento".
"A redução de despesa com o pessoal é decorrente dos cortes nos
subsídios que o Governo fez e o corte do investimento público em cerca
de dois mil milhões de euros, resulta de um corte profundo de 50 % no
investimento público relativamente ao período homólogo", afirmou.
"Este caminho de austeridade, de cortes naquilo que são os subsídios
dos trabalhadores portugueses e de cortes no investimento público,
provocando mais recessão e mais queda da nossa economia, não resolvem o
problema do défice", considerou.
O deputado socialista argumentou ainda que, ao contrário do que
defenderam PSD e CDS-PP enquanto estavam na oposição, de que era
possível consolidar as contas públicas nacionais sobretudo por via dos
cortes nos consumos intermédios, estes consumos "cresceram 70 milhões de
euros, 1,3%".
"Portanto, o Governo não está a fazer aquilo que prometeu aos
portugueses. Os cortes estão a ser feitos nas pessoas e na economia",
sublinhou
«JN»
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