No âmbito da sua política de crescimento, inovação e apoio à fileira do milho, a Anpromis leva a cabo um projecto de investigação na Estação Experimental António Teixeira, em Coruche, onde se encontra a decorrer um ensaio com 24 variedades de milho. O projeto aprovado no início deste ano pelo Proder (Programa de Desenvolvimento Rural) resulta de uma parceria entre a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e a Terramilho (agrupamento local de produtores de cereais).
Os primeiros resultados do projecto SaniMilho foram apresentados no passado dia 24 numa cerimónia que contou com a presença dos vários parceiros e do Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito.
O projecto que terá a duração de 8 anos avança agora com o estudo do Chephalosporium maydis e das novas técnicas de produção capazes de prevenir esta doença que afeta o milho com perdas substanciais para os produtores.
Com uma área de 10 hectares dedicada á investigação e um investimento de 80.000 euros assumido pela Anpromis com uma comparticipação de 25% do Proder, este é um projecto que conta com o apoio técnico do INIAV, que disponibilizou quatro investigadores para acompanharem o projeto, e da Terramilho que terá um importante papel no diálogo com os agricultores da região que constitui o quarto concelho do país com maior área de milho (4.300 hectares).
O Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, apontou a investigação aplicada e a disseminação do conhecimento para os produtores como “o caminho certo” sendo esta a opinião partilhada por Luís Vasconcellos e Souza, Presidente da Anpromis que, apesar de reconhecer a rapidez e celeridade do presente modelo de acordo encontrado com o Estado, considera ser importante reformar os modelos de investigação agrária. «É fundamental apoiar tecnicamente os nossos associados de forma a garantir a sua constante competitividade. Como tal, pretendemos fazer deste local um verdadeiro centro científico onde se estude os principais problemas que afectam a cultura do milho no nosso país e onde possam ser ministrados acções de formação e encontros com especialistas nacionais e internacionais» acrescenta Luís Vasconcellos e Souza
O Chephalosporium é um fungo de solo que pode viver saprofiticamente associado à matéria orgânica, mantendo-se no solo sob a forma de micélio e esclerotos. Apesar de não ser certa a sua origem, são conhecidos casos desta doença no Egipto, na India e recentemente em Espanha e Portugal, o que levou a Organização desta iniciativa a ter uma atenção redobrada sobre este parasita vascular capaz de invadir os vasos xilémicos ao longo da planta. Os primeiros sintomas de Chephalosporium maydis foram detectados em Toledo em 2003, tendo-se a partir dai espalhado por Espanha e Portugal, com a emergência de estirpes cepas altamente agressivas nas zonas do Vale de Guadalquivir, Tejo e Guadiana.
Em condições ecológicas favoráveis (27 a 30º), a infecção ocorre nos 35 dias após a sementeira. As plantas infectadas crescem e desenvolvem-se sem sintomas até à floração, ainda que o fungo continue a multiplicar-se e a invadir o xilema das plantas desde a raiz até à parte superior, provocando a sua morte.
O contágio dá-se a pelas chuvas, escoamentos superficiais, inundações dos rios ou através das máquinas utilizadas, nomeadamente as ceifeiras.
Sobre a ANPROMIS:
A ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo surgiu em 1988 com o intuito de representar e defender os interesses dos produtores de milho e sorgo portugueses, junto dos poderes decisores nacionais e internacionais. A ANPROMIS é um centro de apoio, informação e defesa dos interesses dos Produtores Nacionais de Milho e Sorgo e das Organizações por estes constituídas. A ANPROMIS é, desde a sua criação, membro da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e desde 1998, membro da Confederação Europeia dos Produtores de Milho (CEPM). A ANPROMIS que possui como associados 11 Organizações de Produtores, representa os 74.370 produtores de milho existentes em Portugal (continente e Açores).
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