A Mariana está a fazer a mala para ir de férias e não sabe o que
levar. Relembra o último verão e decide levar apenas o telemóvel: "Quando
tens tudo o que precisas, não precisas de mais nada." O Power à Mariana,
que apresenta o Smart 4 mini, foi o único anúncio televisivo específico para um
telemóvel que a Vodafone Portugal fez neste verão. E a concorrência não fez
muito mais. Não é que a venda de smartphones esteja a cair - nunca se compraram
tantos no mercado português. Mas, ironicamente, já não são os telemóveis que
dão quota de mercado às operadoras móveis. E, neste momento, também dão pouco
dinheiro.
"A Vodafone tem vindo a perder quota de mercado no móvel,
isso é visível", admite Emanuel Sousa, administrador para a área de
consumo da operadora em Portugal. No trimestre entre março e junho, perdeu 165
mil clientes. Comparando com junho de 2013, foi-se mais de meio milhão de
assinantes. No primeiro trimestre, segundo a Anacom, a quota de mercado da
empresa desceu 2,9 pontos percentuais para 38,8%, enquanto a Meo subiu 2,4
pontos e a Zon Optimus (NOS) juntaram forças com 12,7%. Mas a Vodafone não está
a tentar segurar a sua fatia no serviço móvel; ao invés disso, percebeu que não
podia continuar a ser uma operadora móvel. O que a Vodafone está a fazer é uma
transformação para algo que nunca foi - uma operadora global de
telecomunicações, que inclui televisão e serviço fixo.
O declínio do serviço móvel:
Menos cartões a serem realmente utilizados e menos dinheiro a ser
gasto neles. De acordo com a Anacom, o mercado de serviço móvel perdeu 73
milhões de euros entre o primeiro trimestre de 2013 e o mesmo período deste
ano, uma quebra de 11,7%, para 457 milhões de euros. O número de utilizadores
desceu 3,6% e, segundo o Barómetro de Telecomunicações da Marktest, a
mensalidade média ficou-se nos 14,10 euros.
"O mercado como um todo tem vindo a perder, a um ritmo
bastante impressionante, à conta dos preços cada vez mais baixos. Não é porque
os clientes utilizem menos", refere Emanuel Sousa, "até usam cada vez
mais. Mas o preço decresce a um ritmo maior, por isso é que, de ano para ano, o
mercado vai perdendo dimensão.«DV»
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