Por: Anabela Melão |
Ferro Rodrigues, Jorge Lacão, Vieira da Silva, Alberto Costa e mais uns quantos manifestaram-se contra a proposta apresentada por Seguro para reduzir para 181 o número de deputados na Assembleia da República. Foi uma "esmagadora maioria" de vozes contra, vindas de apoiantes de Costa, que destruíram a forma e o conteúdo da iniciativa assinada por Seguro e pelo líder parlamentar Alberto Martins.
Ferro Rodrigues teve uma intervenção "duríssima", que "arrasou por completo" a proposta de Seguro, chegando ao ponto de dizer que era uma "vergonha". Alberto Costa disse que a iniciativa de Seguro "envergonha" o PS e os socialistas, e é "um exercício não sério", porque visa não mudar o sistema eleitoral mas ser usada como trunfo na disputa interna do PS. "Os passos dados agora têm de voltar atrás", vaticinou Alberto Costa, considerando que a proposta de Seguro é "fictícia".
Ferro Rodrigues colocou a questão que muitos têm colocado: se a iniciativa começou por ser assinada como sendo apenas de dois deputados (ainda que sejam o secretário-geral e o líder parlamentar do PS), como é que pode ser marcado um agendamento potestativo em nome do partido? Ferro, vice-presidente da AR, confessou-se incomodado ao assistir a essa iniciativa do líder parlamentar na conferência de líderes e só não a questionou logo ali para não dar "trunfos ao adversário".
Jorge Lacão arrasou de alto a baixo a iniciativa e foi duríssimo com Martins, afirmando que este não tinha legitimidade para assumir esse agendamento potestativo e chamando-lhe de "núncio do secretário-geral", que agiu sem legitimidade, "a mando" de Seguro, violando a obrigação de discutir previamente o assunto com os deputados.
Ferro Rodrigues até fez um paralelo com o que se passou na Ucrânia, onde um deputado foi deitado no caixote do lixo por manifestantes, para avisar que não entrará num processo de degradação da imagem dos políticos.
Vieira da Silva, outro que foi durissimo: "receio que" a intenção seja provocar a reação contra dos apoiantes de António Costa, para depois o secretário-geral como queixinhas que é se poder queixar de que tem de gramar com a oposição constante de parte do grupo parlamentar.
Nuno Sá falou numa atitude "ácida" da oposição interna.
Foi muito tempo de abstinência - desculpem, queria dizer de "abstenção violenta" - os ânimos andam exaltados e o Rato em sobressalto. Já se avista o perigo de naufrágio e o que salva os socialistas é que, como Seguro insiste em ser o comandante de uma tripulação amotinada - e como o comandante é o último a sair em caso de afundamento - quando o barco se afundar, uns já saltaram antes da tempestade, outros estão a postos, e, no fim, fica Seguro no topo do Titanic! Oxalá cante bem quando se reunir às sereias do Tejo, ali tão perto.
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