O secretário-geral do PCP disse ontem que é preciso “travar o passo à política de saque”, apelando à luta para que chegue mais cedo o dia em que o país veja o Governo, de coligação PSD/CDS-PP, “pelas costas”.
“O país precisa de travar o passo à política de saque dos trabalhadores e do povo”, afirmou Jerónimo de Sousa, na Marinha Grande, num comício no âmbito das comemorações do 80.º aniversário da Revolta de 18 de Janeiro de 1934, na qual os operários vidreiros tomaram, por algumas horas, o poder.
Para Jerónimo de Sousa, não se pode “aceitar que este Governo ilegítimo, que governa contra a Constituição e faz o contrário do que anunciou, mentindo aos portugueses, continue o seu rumo de destruição” dos direitos “ao trabalho, ao trabalho com direitos, dos direitos a uma pensão e a uma reforma digna, à saúde, à educação, à proteção social”.
Recordando a luta dos revolucionários de 18 de Janeiro e o papel do PCP nesta insurreição e garantindo que os comunistas jamais deixarão apagar da memória a “primeira grande ação de massas contra o fascismo salazarista”, o líder comunista desafiou os presentes à “intensificação e alargamento da luta” nos locais de trabalho e na rua.
“Sim, camaradas, é preciso continuar a luta. Se outros que se dizem de esquerda estão comprometidos com esta política e abandonam a exigência da demissão do Governo, nós não desistimos de apressar a sua saída”, afirmou Jerónimo de Sousa, continuando: “Não estamos à espera de 2015, estamos a lutar para chegar mais cedo o dia em que vejamos pelas costas um Governo que tanto mal tem feito – e está a fazer – ao país e aos portugueses”.
O responsável do PCP disse ainda que está em curso uma “descarada campanha de propaganda do Governo” que quer fazer crer que o pior já passou e referiu que “falam até em milagre económico e crescimento”.
A este propósito, acrescentou: “É preciso descaramento. A realidade não se altera com a instrumentalização e a manipulação das estatísticas como este Governo faz e ainda agora fez [o primeiro-ministro] Passos Coelho em relação ao emprego”.
No seu entender, “o seu milagre de crescimento é um ‘bluff’”, já que se passa a ideia de que “está a chegar o momento da saída da ‘troika’, do fim do pacto de agressão e, com isso, o dia da recuperação da nossa soberania e dos nossos direitos”.
Acusando de tudo fazerem “para aparecerem como os salvadores da pátria”, o secretário-geral do PCP advertiu: “Chega ao fim um pacto, mas prossegue outro, com as mesmas medidas, as mesmas soluções, as mesmas políticas de extorsão do povo, o roubo dos trabalhadores e reformados, embora com outro nome […]. Nem eles são os salvadores da pátria, nem o pacto que assinaram salvou o país”.
«Lusa»
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