As políticas públicas devem estar ao serviço do bem-estar das suas populações. Mas medir "bem-estar" é tarefa difícil. A OCDE acaba de lançar um índice pioneiro. Na satisfação com a vida, Portugal pontua mal. Quase tão mal como se fosse o velho PIB o único critério para aferir felicidade
Há largos anos que vários economistas e organizações internacionais se debruçam sobre a necessidade de criar um índice de indicadores comparável nos diversos países e capaz de captar uma "fotografia panorâmica" de bem-estar, mais alargada do que a fornecida pela mera evolução do que produz um povo: o Produto Interno Bruto (PIB).
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acaba de lançar publicamente o primeiro resultado de anos de pesquisa, no âmbito de uma iniciativa – a que chamou “Viver Melhor” – que visa melhorar os instrumentos de análise socio-económico para, através deles, melhorar também o aconselhamento que a organização faz regularmente aos Governos dos seus mais de 30 países-membros.
Ao contrário de outros indicadores compósitos, o “Viver Melhor” não se resume num único número. Antes agrega 11 tópicos, cada um sintetizado a partir de dois ou três indicadores estatísticos, oferecendo a possibilidade a cada individuo – e sociedade – de os ponderar diferentemente, consoante as suas preferências. “Este índice tem o potencial para que se conheça o que as pessoas querem e o que os Governos lhes estão a oferecer”, diz Angél Gurria, secretário-geral da OCDE.
Os 11 tópicos escolhidos aferem as condições materiais de vida (rendimento, habitação, emprego), mas também a qualidade de vida (sentimento de pertença à comunidade, qualidade do ambiente, da governação, educação, saúde, segurança, equilíbrio trabalho-vida familiar). Ainda nesta avaliação qualitativa, a OCDE integra um outro indicador, abertamente subjectivo, mas que vai directo ao “assunto”: grau de satisfação com a vida.
É aqui que Portugal pontua especialmente mal. Questionados sobre se estão satisfeitos com a vida que levam, apenas 36% dos portugueses responde que sim. A média na OCDE é de 59%. Só húngaros, estónios, eslovacos, turcos e polacos se mostram mais insatisfeitos. Mesmo em crise, 43% dos gregos diz estar de bem com a vida, percentagem que sobe para 49% em Espanha e para 73% na Irlanda, numa tabela que é destacadamente liderada pela Holanda (91%).
“Nos últimos anos, Portugal realizou progressos significativos na modernização da sua economia e na melhoria dos padrões de vida dos seus cidadãos. Contudo a crise financeira global enfraqueceu claramente o seu crescimento”, resume a OCDE, que atribui uma nota “razoável” ao desempenho global de um país onde se ganha muito menos (cerca de menos 9.800 euros por ano) e se trabalha um pouco menos (20 horas por ano) do que na média dos países desenvolvidos.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acaba de lançar publicamente o primeiro resultado de anos de pesquisa, no âmbito de uma iniciativa – a que chamou “Viver Melhor” – que visa melhorar os instrumentos de análise socio-económico para, através deles, melhorar também o aconselhamento que a organização faz regularmente aos Governos dos seus mais de 30 países-membros.
Ao contrário de outros indicadores compósitos, o “Viver Melhor” não se resume num único número. Antes agrega 11 tópicos, cada um sintetizado a partir de dois ou três indicadores estatísticos, oferecendo a possibilidade a cada individuo – e sociedade – de os ponderar diferentemente, consoante as suas preferências. “Este índice tem o potencial para que se conheça o que as pessoas querem e o que os Governos lhes estão a oferecer”, diz Angél Gurria, secretário-geral da OCDE.
Os 11 tópicos escolhidos aferem as condições materiais de vida (rendimento, habitação, emprego), mas também a qualidade de vida (sentimento de pertença à comunidade, qualidade do ambiente, da governação, educação, saúde, segurança, equilíbrio trabalho-vida familiar). Ainda nesta avaliação qualitativa, a OCDE integra um outro indicador, abertamente subjectivo, mas que vai directo ao “assunto”: grau de satisfação com a vida.
É aqui que Portugal pontua especialmente mal. Questionados sobre se estão satisfeitos com a vida que levam, apenas 36% dos portugueses responde que sim. A média na OCDE é de 59%. Só húngaros, estónios, eslovacos, turcos e polacos se mostram mais insatisfeitos. Mesmo em crise, 43% dos gregos diz estar de bem com a vida, percentagem que sobe para 49% em Espanha e para 73% na Irlanda, numa tabela que é destacadamente liderada pela Holanda (91%).
“Nos últimos anos, Portugal realizou progressos significativos na modernização da sua economia e na melhoria dos padrões de vida dos seus cidadãos. Contudo a crise financeira global enfraqueceu claramente o seu crescimento”, resume a OCDE, que atribui uma nota “razoável” ao desempenho global de um país onde se ganha muito menos (cerca de menos 9.800 euros por ano) e se trabalha um pouco menos (20 horas por ano) do que na média dos países desenvolvidos.
«jn»
Sem comentários:
Enviar um comentário