Mário Castelhano foi um dos mais destacados opositores assassinados pela ditadura de Salazar, a par do general Humberto Delgado e do secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves.
Jovem líder da principal organização da classe trabalhadora à época, a central sindical CGT, Mário Castelhano esteve na linha da frente em várias revoltas armadas contra a instauração do regime fascista liderado por Salazar: na primeira, em Fevereiro de 1927, na revolta da Madeira em 1931, na greve de 18 de Janeiro de 1934. Perseguido, preso, deportado, torturado, já não saiu vivo do Campo de Concentração do Tarrafal.
Em 1920, Mário Castelhano era, aos 24 anos de idade, um dedicado escriturário na CP, em Lisboa, onde tinha sido promovido a empregado de 1ª Classe. Mas foi despedido por ter participado numa greve.
Passou então a trabalhar na direcção da federação nacional de trabalhadores ferroviários e na redacção do respectivo jornal.
Em 1926, foi eleito secretário-geral da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), de tendência anarquista, e director do seu jornal, intitulado A Batalha – que chegou a ser, por volta de 1920, um dos jornais diários de maior circulação em Portugal.
Mas em 1926 é o ano em que se dá o golpe militar que instaurou a ditadura. A partir do ano seguinte, Mário Castelhano viveu sempre clandestino, deportado, ou preso. Até ser assassinado em 1940. Porque, como diria o historiador alemão Wolfang Abendroth, a ditadura militar, transformada em 1933 no chamado regime do Estado Novo, sob a chefia de Salazar, «não permitiria nenhuma manifestação democrática constitucional das vontades da classe trabalhadores» nem das camadas sociais mais pobres.
Luís Carvalho
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