O relatório do Fundo Monetário Nacional (FMI) defende que a realização de exames nacionais online pode ajudar a agilizar o processo de mobilidade especial dos funcionários do Estado, ou seja, a escolher os 20% de trabalhadores que o FMI sugere que seja reduzido. Assim sendo, os funcionários menos qualificados são os principais alvos.
O Jornal de Negócios explica, esta quinta-feira, que o FMI sugere, no relatório ontem divulgado pelo jornal, uma redução de 20% no número de funcionários do Estado, cuja selecção, “para acelerar o processo”, pode ser feita através da “introdução de exames nacionais online” que, consequentemente, vão permitir escolher os trabalhadores “a enviar para a mobilidade especial”.
Saliente-se que o regime de mobilidade especial consiste numa redução salarial progressiva para metade e na imposição de um limite máximo (dois anos) de permanência no quadro de excedentários, que depois deve evoluir para a recolocação ou para o despedimento.
De acordo com a proposta do FMI, os principais alvos desta medida são “trabalhadores com menos formação”, bem como os funcionários das áreas da “Educação” e “Forças de Segurança”. Uma ideia várias vezes reforçada no documento da instituição liderada por Christine Lagarde.
Acrescenta o Jornal de Negócios que, segundo o relatório, “a mera expectativa de redução de pessoal em 2% pode não resolver (…) o excesso de emprego em algumas áreas”, por isso, o FMI defende que só uma redução da “força de trabalho entre 10% e 20% poderia gerar poupanças” na ordem “dos 795 milhões aos 2,7 mil milhões de euros”.
«NM»
2 comentários:
O Estado amputado
Em 2000, o economista Cavaco Silva alertou para o monstro da despesa. Em 13 anos, a economia derrapou e o monstro ficou mais obeso.
Já com o PIB anémico, mas com acesso fácil e barato ao crédito, os governantes deitaram dinheiro sobre os problemas e queimaram milhões em obras faraónicas e negócios ruinosos, que geraram enriquecimento ilícito de alguns enquanto a dívida se multiplicava. Agora à beira da falência, já não há dinheiro para alimentar a despesa, e o Estado Social é a vítima. Em vez de dieta e exercício, a nova terapêutica é a amputação. Medina Carreira bem avisou nos tempos das orgias financeiras com o dinheiro dos contribuintes: a economia vai derrotar esta democracia.
«CM»
Mas o economista Cavaco Silva não dizia também que os quadros da função pública deviam ter ordenados e regalias principescas para estarem ao nível das multinacionais?
Para quê? Para depois darem o trabalho que competia a esses "brilhantes" quadros a empresas de outsorcing?
Ou seja; pagou-se principescamente a economistas para falir o país, a advogados para encaminharem os processos para os gabinetes da rapaziada amiga, a médicos para arranjarem clientes para os seus consultórios privados, a professores para serem obrigados a passar todos os alunos.
O regabofe português já não é de agora.
Iniciou-se precisamente no governo do senhor que disse que a reforma não lhe chegava, embora tivesse comprado uma mansão baratinha aos seus amigos arguidos (e outro que escaparam) no caso BPN
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