ALPIARÇA: “Uma terra de maravilhas mas com as estrelas no Cú de Judas”

Sentei-me no meu sofá, acompanhado do meu “Scotch” (Porra! estou farto de beber mixórdia o ano todo) e a fumar o meu único charuto que um camarada me trouxe de Cuba.

 Afinal também tenho direito aos meus devaneios, mesmo que não tenha “tacho” nenhum e muito menos seja um dos “boys” daqueles que abundam por aí.

Li e reli as 55 páginas de um dos quatro mil exemplares (?) da revista “Informação Municipal/Alpiarça” que a Câmara mandou editar e nos ofereceu como “prenda” no mês natalício.

Uma revista que deve ter custado uma “pipa de massa” já que foi toda impressa a “papel liso” (de “luxo” para os especialistas) e este tipo de papel, aqui para nós, não é nada barato mas como quem a pagou foi o povo, que se lixe!

Ainda diziam os camaradas que a Vanda Nunes era “uma vaidosa” porque na hora da despedida, aquela que tem mais encanto, mandou editar uma brochura (parecida com esta) para se exibir e mostrar a sua beleza, que na verdade, é exactamente igual à que agora fizeram e, quanto a preços, esta deve ter custados mais uns cobrezitos tendo em atenção a inflação.

Na verdade somos todos vaidosos (até eu, um reles “pelintra” sem ter onde cair em pé estou sentado na poltrona a fazer figura de rico).

Mário Pereira também tem direito de mostrar o seu “momento de glória” e daqui sentir-se vaidoso conseguindo por consequência fazer os outros – eu também – de sonhar.

E…se eu sonhei!

Bolas!!!!

Pelas imagens escarrapachadas na dita, Alpiarça é mesmo a “terra das maravilhas” que até nos faz lembrar as “arábias”.

Sinto-me orgulhoso da terra em que nasci.

 O suficiente que vou procurar mais um exemplar para enviar para a TVI ou a SIC de forma a que façam também sonhar os portugueses das maravilhas que por aqui existem mas nomeadamente do desenvolvimento que ultimamente se tem assistido por estas bandas, de tal forma, que nem sabemos onde irá parar Alpiarça.

A nossa terra também tem direito à sua “vaidade” e ao seu “momento de glória”.

Na leitura que fiz, fiquei então a saber que os gastos com a feitura da revista deve ter custado uma “pechincha” porquanto o “nível de endividamento” da Câmara “está a diminuir” e a autarquia está a “recuperar financeiramente” de tal forma que está em “condições de iniciar obras” e “investimentos importantes para o Concelho”.

Ainda bem, e fico feliz por tal ousadia!

Fiquei encantado com o esplendor da nossa ‘nova’ “PRAÇA DO MUNICIPIO”

Espectacular, a imagem!

Quase tenho a certeza que vai dar emprego a mais alguns “boys” já que vai ter o seu “barzinho” para que os munícipes se sintam como em casa e  os “balconistas” vão  servir  à “maneira”.

Claro,  isto é no papel da dita revista.

Mas mantenho a duvida se será a “obra do mandato” ou se será mais uma “requalificação da área exterior dos Paços do Concelho” como consta e, isto porque: fazer uma obra de raiz é uma coisa e uma requalificação mais não é do que arranjar o que já existe.

Fiquei contente com a nova “Centralidade” à entrada da Vila, ou seja a “2ª Fase da Casa dos Patudos – Arranjos Exteriores” que deve estar por aí a “rebentar” o inicio das obras com custos superiores a um milhão de euros para refazer o que foi feito e assim se gastar mais uma “pipa de massa” coisa que parece não incomodar muito os alpiarcenses porque o “milhão” a gastar  mais não é do  o resultado de  “mariquices” que vão embelezar esta nova “Centralidade”.

As dezenas ou centenas de fotografias, porque não as contei todas, talvez por causa do efeito do “Scotch” e da fumaceira do raio do charuto que ainda me queimou  uma fotografia onde estava a cabeça do presidente, estão espectacularmente bonitas.

Quase sonhei, por causa das belas imagens.

Na verdade a minha terra é linda, mesmo que esteja pintada de “vermelho”.

Mas que importa as cores se é Alpiarça a beneficiada?

Com todo este encantamento acabei por adormecer (se tivesse bebido a mixórdia se calhar não adormecia) e o charuto acabou por cair para o chão queimando-me o “Tapete de Arraiolos” que me custou uma pipa de massa numa “loja dos chineses”.

Quando acordei: “pimba”!

Sem saber como, tinha descoberto a “pólvora”.

A revista  que é  uma boa campanha de “marketing” já que a “pomada da jibóia” que nela se encontra mais não é do que: “requalificações” uns “arranjos aqui”, umas “pinturas acolá”, “umas inaugurações e uns copos além”, umas "caminhadas", umas "festarolas" e pouco mais porque obras de raiz ou projectos feitos pelo executivo, nem um.

Agora imagine-se o devaneio da câmara se tivesse os milhões que os socialistas gastaram?

Se calhar já tínhamos o autocarro da Câmara a levar novamente as viúvas ao cemitério,  os fradenses a fazerem compras em Alpiarça para lerem durante o percurso as "Promessas Eleitorais da CDU" ou as crianças as verem as estrelas no “Cú de Judas”.