Luis Ferreira |
PSD
refere-se a Luís Ferreira como «um novo presidente da Câmara». Bruno Graça não
irá permitir «interferências»
«Parece que a Câmara de Tomar tem um
novo presidente». A afirmação pertence a João Tenreiro, vereador do Partido
Social Democrata, e surge na análise ao despacho de delegação de competências
da autoria da presidente Anabela Freitas tendo em vista o seu gabinete de
apoio.
João Tenreiro acusa a autarca de
atribuir funções aos assessores que visam fiscalizar o trabalho dos vereadores,
especialmente no caso de Bruno Graça, da CDU, sublinhando que o despacho
«desrespeita» a hierarquia: «Parece que temos um novo presidente de Câmara em
Tomar. Pelo esvaziamento que a senhora fez nas suas competências e na
transferência que faz para o seu chefe de gabinete... Parece que no futuro
quase que podermos ter o actual chefe de gabinete a liderar as reuniões de
Câmara, respondendo às propostas apresentadas e aos requerimentos. A delegação
de funções que a senhora faz neste mesmo despacho ao senhor chefe de gabinete,
ao senhor secretário-adjunto dos vereadores e ao senhor adjunto, parece que há
alguma remodelação dos pelouros atribuídos. Falo no pelouro da CDU,
precisamente na saúde e nos mercados... Parece-me que se está a ultrajar o que
é uma hierarquia e a desrespeitar quem tem as funções delegadas. Este seu
despacho dá a entender que está a ser criada uma fiscalização aos seus
vereadores. Eu, se fosse vereador com competências delegadas, nunca permitiria
um despacho neste sentido. Nunca». Anabela Freitas não tardou nas explicações e
garantiu que o gabinete de apoio será uma via para que os assuntos cheguem à
vereação com toda a informação possível. A presidente da Câmara de Tomar
assegurou que a última palavra irá pertencer sempre aos eleitos: «Acredito que
isto pareça estranho porque, efectivamente, ao longo dos anos, na Câmara, nunca
houve sub-delegação de competências naquilo que são os membros do Gabinete.
Aquilo que o despacho que saiu foi baseado nos despachos das Câmaras de
Coimbra, Santarém e no Cartaxo. Aconselho-os a ler esses despachos e ver o quão
mais longe essas autarquias foram. Assumo que o despacho é da minha única e
exclusiva responsabilidade. Entendo que o gabinete deve funcionar como um
sector de assessoria para cima... a tomada de decisão será sempre da presidente
e dos vereadores, mas os assuntos, quando nos chegam, devem estar sempre
enquadrados. E podemos até nem levar em conta a proposta que nos chega». A
declaração de Bruno Graça agitou as hostes. O vereador da Coligação Democrática
Unitária clarificou que nada teve a ver com as nomeações recentemente
efectuadas, precisamente de Luís Ferreira (*), Hugo Costa e António Graça, não
deixando dúvidas de que não irá permitir interferências nas áreas à sua
responsabilidade: «A CDU dispensa advogados de defesa, particularmente de PSD
ou de partidos da Direita. A CDU e o seu vereador querem clarificar que, respeitando
as normais legais, não tiveram, nem tinham que ter, qualquer intervenção na
nomeação do senhor chefe de gabinete de apoio à presidência, do senhor adjunto
e do senhor secretário do gabinete de apoio à vereação. Quero, ainda, deixar
registado que dispensamos o acompanhamento do senhor secretário do gabinete de
apoio à vereação nas áreas da responsabilidade do vereador da CDU, conforme, em
devido, foi comunicado à senhora presidente da Câmara. Também não estamos
disponíveis para permitir a interferência, seja de que tipo for, do chefe de
gabinete de apoio à presidência no âmbito do despacho». Pedro Marques, vereador
dos Independentes, gostou de ouvir Bruno Graça e sublinhou isso mesmo,
atribuindo às palavras do eleito da CDU um teor que ele próprio diz partilhar:
«Não esperava que o vereador Bruno Graça tivesse outra posição em relação ao
despacho. E a nossa posição não seria diferente. E porque é que a posição dele
é esta? Porque ele entendeu, tal como eu, que politicamente é algo que não se
adequa ao normal funcionamento de uma autarquia face a eleitos que deram a cara
para ser eleitos nestes lugares. Não é aceitável que alguém substitua os
vereadores no exercício de funções».
«Rádio Hertz»
«Rádio Hertz»
(*)
Luís Ferreira é funcionário da Câmara de Alpiarça. Foi - até ser requisitado
pela presidente da Câmara de Tomar para chefe do seu Gabinete – o responsável
pela Informática da Câmara Municipal de Alpiarça.
1 comentário:
Como se costuma dizer, há males que vêm por bem! Se não fosse esta saída para a cidade de Tomar do responsável pela Informática da Câmara Municipal de Alpiarça, alguém estaria agora a praguejar e a maquinar a maneira de se "desenvencilhar" de tão grande "empecilho". Assim, por agora as coisas terminaram em bem como nos filmes. Vamos ver daqui a quatro anos como irão correr as coisas. Os ventos nem sempre sopram de feição, como é óbvio mas, os homens da informática e da "imprensa" ao serviço da Câmara Municipal de Alpiarça, têm consciência disso mesmo.
Pode ser até que não seja nada! E também se for, haverá sempre a oportunidade de abrir outro BLOG para combater o inimigo, não é verdade?
Nada, como esperar para ver.
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