Mais de 7.500 famílias pediram ajuda à
Associação de Defesa do Consumidor (Deco) por dificuldades financeiras, mas só
900 tinham capacidade para renegociar os encargos, disse à Lusa a coordenadora
do serviço de apoio ao sobre endividado.
"Nos primeiros três meses de 2013
tivemos números de solicitações idênticos aos deste ano, mas conseguimos abrir
mais processos, 1.100, enquanto este ano só abrimos 900, isto mostra claramente
que a situação financeira das famílias se está a agravar, pelo menos aquelas
que nos estão a pedir ajuda", adiantou Natália Nunes, em declarações à
Lusa.
De acordo com a responsável, a Deco só
abre o processo se as famílias apresentarem "viabilidade de renegociação
de créditos e reorganização do orçamento familiar", sendo que a maior
parte das famílias que chega à Defesa do Consumidor " já não apresenta
qualquer capacidade de restruturação".
Segundo Natália Nunes, quando a Deco
iniciou o projecto de apoio ao sobre endividado, em 2000, as principais causas
que levavam as famílias a pedir ajuda tinham a ver com situações de desemprego,
doença e divórcio, actualmente vieram juntar-se a estes factores a deterioração
das condições do trabalho, as penhoras e os fiadores como causas para o pedido
de ajuda.
"Uma das causas que gera
situações de endividamento, que já verificamos no ano passado e este ano, tem a
ver com a penhora dos rendimentos e dos bens, mas não conseguimos identificar
se são levadas a cabo pelo fisco ou pela Segurança Social", explicou.
Embora não consiga identificar se a
penhora de bens àqueles que pedem ajuda na instituição é feita pelo Estado,
através do Fisco, ou pela Banca, Natália Nunes reconhece que os bens
penhorados, maioritariamente os salários, têm vindo a aumentar.
«Lusa»
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