O estado português está falido. Mas continua a
esbanjar recursos como se fosse rico. O estado dispõe de um património
natural vastíssimo que podia explorar, mas deixa-o completamente ao
abandono.
As serras poderiam ser concessionadas para a
pastorícia, mas estão desaproveitadas e à mercê dos incêndios.
Anunciam-se desportos de inverno, como na Estrela, mas os acessos são
cortados ao primeiro nevão e os turistas, em vez de atraídos, são
expulsos. As salinas estão subaproveitadas... É interminável a lista de
ativos que se deveriam rentabilizar para criar receitas, mas que acabam a
gerar mais despesa pública.
A nível dos recursos
humanos, o desperdício é também a regra. Muitos funcionários públicos
integram organismos inúteis e outros estão emprateleirados sem missão
atribuída.
Na maioria das universidades públicas,
os docentes estão absorvidos por tarefas burocráticas, em detrimento do
tempo de contacto com alunos.
As Forças Armadas
poderiam auxiliar na proteção civil, na prevenção de incêndios, mas o
ministério da defesa prefere manter os militares inativos nos quartéis.
Também
a forma como o estado contrata bens e serviços é perdulária. Há uma
central de compras para tornar as aquisições mais baratas… mas só em
teoria. As viagens de avião poderiam ser realizadas em companhias low
cost, mas o estado obriga a que sejam adquiridas a um custo seis a sete
vezes superior em agências de viagens. Há bens que se poderiam obter em
hipermercados a baixo custo, mas é obrigatório ir comprá-los caros às
empresas que integram a lista de fornecedores do estado.
As
regras de contabilidade pública e orçamentação, essas então são
absurdas. A atribuição de verbas é em função dos consumos efetuados em
anos anteriores. Este é o motivo que leva a que, no final de cada
exercício, os organismos públicos gastem muito, sem necessidade ou
critério. Apenas para garantir que nos anos seguintes há mais dinheiro
para esbanjar.
Os recursos provenientes dos nossos
impostos estão entregues a uma gestão pública que roça a loucura. Que
não dignifica as pessoas, dilapida recursos humanos, físicos e naturais.
E que malbarata os escassos dinheiros públicos.
Por:Paulo Morais, Professor Universitário/Correio da Manhã
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