A esmagadora maioria dos antigos administradores da Caixa Geral de
Depósitos (CGD) continua no activo à frente de grandes empresas, mas a
receber pensões por esses anteriores cargos que oscilam entre os 2.710
euros mensais e os 14.352 euros brutos, revela o jornal i.
A CGD é apenas um dos muitos exemplos de empresas com
reformados pelo Estado e/ou pela Segurança Social que regressam ao
mercado de trabalho no sector privado, acumulando desta forma reformas
acima dos dois mil euros com novos e altos salários em empresas ou
instituições privadas, sublinha esta terça-feira o jornal i.
No caso do banco do Estado foram 17 os antigos administradores que
passaram pelo conselho de administração e que recebem actualmente cerca
de dois milhões de euros por ano em pensões, que variam entre os 2.710
euros mensais e os 14.352 euros brutos.
Numa altura em que o Governo está a congelar e a cortar as pensões de
milhares de portugueses, e já prometeu novas medidas de austeridade
nesta área, este leque de reformados, a que se juntam outras
personalidades públicas, continuam a poder acumular reformas milionárias
com outros rendimentos provenientes do trabalho no sector privado.
Contudo, sublinha o i, fazem-no de forma legal, visto que só são
obrigados a optar por um dos ‘rendimentos’ no caso de continuarem a
ocupar cargos públicos.
No entanto, acrescenta o i, o mais curioso é que esta situação, de
manter um reformado num alto cargo no sector privado, é vantajosa para
os cofres do Estado, porque, por exemplo: um presidente de um conselho
de administração que ganhe 420 mil euros de vencimento mais 131 mil de
aposentação recebe 551 mil euros anualmente. Só em sede de IRS, 157 mil
euros são taxados em 46,5% e os restantes em 49%. Ou seja, acaba por ser
um ganho e não uma despesa para as contas nacionais.
«NM»
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