A terem um pingo de vergonha, os deputados do PSD e
do CDS terão de votar contra o Orçamento de Estado de 2013 (OE 2013).
Esta é a única atitude aceitável, uma vez que se candidataram com um
programa eleitoral exactamente oposto ao confisco fiscal que Vítor
Gaspar pretende aplicar. O objectivo do ministro das Finanças é
indisfarçável: tentar arrecadar o máximo de impostos aos cidadãos e às
empresas, para, por um lado, tentar baixar o défice e, por outro,
continuar a alimentar os privilégios dos poderosos que se lambuzam com
os dinheiros do estado.
São estes os protegidos de Gaspar que, além
de abocanharem os recursos públicos, são poupados a esta fúria fiscal. O
património imobiliário dos especuladores está titulado em fundos
isentos de IMI e IMT, as fundações fantasma dos milionários estão
dispensadas de pagar o IMI, IRC, imposto automóvel e de circulação. E
até os rendimentos de capital são tributados a níveis bem inferiores aos
do trabalho.
Quanto ao resto, Gaspar tributa em tudo o que mexe. O
trabalho é penalizado com o aumento de IRS, o que terá como consequência
imediata o fim da classe média; Gaspar martiriza o consumo com taxas de
IVA obscenas, acarretando falências em massa, em particular na área da
restauração. O património habitacional é fustigado com o aumento do IMI,
arruinando os orçamentos familiares dos que, de forma imprevisível,
vêem os seus encargos aumentar, justamente quando os rendimentos
diminuem.
Os deputados da maioria estão pois obrigados a combater
este terrorismo fiscal. Os do PSD porque, em campanha eleitoral,
recusaram liminarmente qualquer aumento de impostos. O caso dos
parlamentares centristas é ainda mais grave, porquanto recentemente o
líder do seu partido assumiu que a carga fiscal é insuportável e
qualquer agravamento seria inadmissível. Se, violando o mandato que
receberam do povo, os parlamentares centristas e social-democratas
aprovarem o OE 2013, perceber--se-á que estes cavalheiros não dispõem de
vontade própria. São assim marionetas das direcções partidárias a quem
devem o mandato e, o que é mais grave, instrumentos dos intocáveis,
esses malditos poderosos que se continuarão a alimentar dos despojos da
nossa tortura fiscal.
Fonte:CM
Enviado
por um colaborador
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