A Juventude Popular propôs ontem, quarta-feira, que voltem a ser permitidos
levantamentos de cinco euros nos Multibancos ou a criação de taxas
bancárias específicas para pagamentos com cartões por jovens.
"A nossa proposta é que se pudesse voltar a levantar o valor de cinco
euros nas caixas Multibanco. Sabemos que cada vez mais os jovens têm
menos dinheiro, cinco euros hoje em dia é um valor que pode dar para uma
despesa de refeição", disse à Lusa o presidente da Comissão Nacional da
Juventude Popular, Miguel Pires da Silva.
Para o dirigente da estrutura que representa os jovens do CDS-PP,
faria por isso "todo o sentido poder voltar a levantar os cinco euros,
ainda mais agora, com estas imposições, legítimas, por parte de algumas
empresas, que têm vindo a limitar e a estipular mínimos para o pagamento
com multibancos. Infelizmente, é uma realidade. Muitos jovens têm
apenas esse valor disponível na conta e [permitir-lhes levantar cinco
euros] poderá contribuir em muito para dar resposta às suas necessidades
imediatas", acrescentou.
A Juventude Popular alerta que "milhares de jovens recebem as suas
mesadas e semanadas por meio do sistema bancário, tendo que se governar
muitas vezes com escassos valores, não tendo capacidade para fazer
frente a valores tão elevados" como os dos levantamento
Caso esta proposta não possa ser concretizada, a Juventude Popular
propõe a criação "de um regime específico para os pagamentos em
Multibanco efectuados por jovens com menos de 30 anos, fazendo com que
as taxas cobradas [pelos bancos] aos empresários sejam inferiores ou
criando algo que beneficie também os próprios empresários".
A Juventude Popular vai ainda pedir à Entidade da Concorrência que
faça uma auditoria às taxas cobradas pelos bancos aos pagamentos com
cartões. "Portugal é um dos países que cobra taxas mais altas nos
A Juventude Popular vai ainda enviar uma "carta aberta" à SIBS (a
empresa que gere a rede de caixas Multibanco) com esta proposta e, caso
seja necessário, tentará "articular uma solução" com o grupo parlamentar
do CDS-PP.
Estas propostas surgem depois de o grupo Jerónimo Martins, que tem os
supermercados Pingo Doce, ter confirmado que a partir do dia 1 de
Setembro vai deixar de aceitar pagamentos com cartões Multibanco e de
crédito em compras com valor inferior a 20 euros nesta rede de lojas de
distribuição, devido ao elevado valor das taxas.
«Lusa»
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