Alpiarça, como concelho, é um doce fruto da República. Foi a
dupla José Relvas/Francisco Pereira quem o conseguiu e a lei N.º 129, de 1914,
que o trouxe. Completará 100 anos a 2 de Abril do próximo ano.
Alpiarça,
como concelho, é um doce fruto da República. Foi a dupla José Relvas/Francisco
Pereira quem o conseguiu e a lei N.º 129, de 1914, que o trouxe. Completará 100
anos a 2 de Abril do próximo ano. Tamanha efeméride merece celebração nos
Patudos. E uma homenagem no Parlamento? Não? Na Assembleia da República, talvez
não. Alpiarça merece algo melhor, do seu quilate. Seja lá o que for, carecerá
de dimensão para estar à altura deste concelho e da grandeza do seu Povo. É
gente superior com a firme determinação de lutar sempre que estão em causa os
valores do Progresso, da Democracia e da Liberdade. Por ser de inteira justiça,
defendo a outorga da Ordem da Liberdade à “Republicana Alpiarça”, em seu
centenário, no dia 2 de Abril de 2014. Trata-se do mínimo que cumpre ao país
realizar para que esta efeméride fique indelevelmente assinalada e inscrita na
memória dos tempos. Representado por Francisco José Pereira, cofundador do seu
município, o Povo de Alpiarça veio a Santarém dignificar a “Festa da Paz”, em 18
de Maio de 1914, iniciativa promovida pela Sociedade de Propaganda e Defesa
desta Cidade. Precisamos do Concelho de Alpiarça, que está vivo, e da Sociedade
de Propaganda e Defesa de Santarém que se encontra morta. Esta instituição
nasceu a 26 de Dezembro de 1912, no seio da Biblioteca Camões. A cerimónia
inaugural foi presidida por Hélio de Castro Guimarães, líder autárquico. Em
escasso tempo, a referida Sociedade de Propaganda deu muito a Santarém. As
celebrações do dia 18 de Maio de 1914 (assinalando o fim da guerra civil
ocorrido em 18 de Maio de 1834) constituíram a obra mais marcante do seu ventre
irresistível. Há quase 100 anos, a Sociedade de Propaganda e Defesa de Santarém
celebrou a paz. Agora, terá de renascer para a guerra. Caber-lhe-á recrutar os
melhores snipers que atirem a matar. As balas terão de atingir os gravosos
problemas que, impiedosamente, assolam esta “Cidade de Abril e da Torre e
Espada”. Tal como no país, em Santarém, não haverá nova vida sem sangue porque
só com sangue se mudará de vida!
«José Miguel Noras/’O Ribatejo'»
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