O que eu acho mais interessante na forma como foi organizadas as comemorações dos 75 anos do concelho foi o diálogo que houve entre as duas forças politicas maioritárias em Alpiarça. O Pais conta isso na sua página do facebook (a página é pública, por isso julgo não estar a desvendar nenhum segredo) e que é exemplar em termos politicos e democráticos. Assim todos fizessem e seria tudo muito mais fácil.
O diálogo nunca fez mal a ninguém, pelo contrário, acho que é mais saudável para a democracia. Agora, se me permitem, transcrevo aqui a história que o Pais conta na sua página, e que deve ser um momento único em Alpiarça.
"Todos os acontecimentos, por mais simples que sejam, têm uma história por detrás. Histórias que ficaram apenas na gaveta de recordações de quem os viveu e que são desconhecidas do público em geral. Estas comemorações também têm a sua história que vou partilhar convosco. Não são segredos de estado. Certa altura, talvez em fins de 1988, aparece na sede do Partido Socialista um convite do Partido Comunista para uma reunião entre as estruturas partidárias dos dois partidos. A reunião teria lugar na sede do PCP. Penso que quem assinava a carta era o Dr. Armindo Pinhão por parte do PCP. Foi discutida a proposta e aceite. A delegação do PS foi constituída por mim próprio, pelo Josué Cavalheiro e pelo Dr. Vítor Castro, se a memória não me atraiçoa. Lá fomos. Esperavam-nos o Dr. Armindo Pinhão, acho que o Engº Raul Figueiredo e outro que na realidade já não me lembro...já vão 25 anos e a memória começa a dar sinais de fraqueza. Em discussão estavam as comemorações dos 75 anos do concelho que se queriam assinalar com dignidade e de uma forma consensual. Eu fiquei de organizar o Festival de Pequenos Cantores do concelho, o Dr. Castro de escrever um pequeno livro sobre a criação do concelho e o Cavalheiro já não me lembro de qual a sua missão. O objectivo essencial era tentar que os 2 maiores partidos representados na assembleia municipal assegurassem umas comemorações dignas e abrangentes em termos partidários. Na realidade isso foi conseguido com a boa vontade e com o trabalho desinteressado de todos. Metemos, todos, mãos ao trabalho e o resultado, na minha óptica, foi relevante em termos culturais no concelho. Aproximou, uniu, construiu. Sem preconceitos".
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