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quinta-feira, 5 de abril de 2012

BE acusa Governo de "secretismo" sobre negócio do BPN e quer ouvir ministro das Finanças

O BE acusou hoje o Governo de ter uma "estratégia de secretismo e ocultação" sobre o processo do BPN e exigiu a divulgação pública do contrato de venda ao BIC, requerendo também a audição parlamentar do ministro das Finanças.


Numa conferência de imprensa na Assembleia da República, o deputado bloquista João Semedo assinalou que "o custo da operação do BPN" se "aproxima perigosamente dos 5 mil milhões de euros" e que "a própria Comissão Europeia decidiu abrir um inquérito" ao processo.

"O atual Governo não se distingue do anterior, porque partilha com o anterior uma estratégia de secretismo e ocultação de todo o processo e o BE pretende por termo a esta estratégia, quer no que respeita ao que foi a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) após a nacionalização, quer, mais recentemente na operação de venda do BPN ao BIC", afirmou Semedo.

O parlamentar do BE disse partilhar as questões colocadas pela Comissão Europeia sobre se a venda do banco foi "a melhor solução", se "os apoios financeiros do Estado foram os necessários ou excessivos" e se "a venda ao BIC é ou não de favor", pondo duas perguntas adicionais.

"Quanto vai gastar o Estado na operação de venda ao BIC, porque, como sabemos, o Estado comprometeu-se a injetar o financiamento necessário para que as contas do BPN e as suas condições de operação de mercado obedeçam às regras do Banco de Portugal e qual foi a repartição entre o Estado e o BIC dos passivos e dos ativos tóxicos", interrogou.

O deputado do BE adiantou ainda que num relatório, a Comissão Europeia faz "sucessivas referências a faltas de informação".

Neste sentido, João Semedo anunciou que a sua bancada vai pedir que o contrato promessa assinado entre o Governo e o BIC seja tornado público e a vinda do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, à Comissão Parlamentar de Orçamento de Finanças.

O deputado do BE assinalou que na última vez em que esteve na Comissão Eventual de Acompanhamento do memorando de entendimento, Gaspar "nunca respondeu" às questões levantadas no âmbito do BPN.

João Semedo considerou que o processo do BPN é "um fardo sobre a bolsa dos contribuintes" que exige "rigor e transparência" reforçadas.
Fonte«Lusa, publicado em 31 Jan 2012»

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