O
BE acusou hoje o Governo de ter uma "estratégia de secretismo e
ocultação" sobre o processo do BPN e exigiu a divulgação pública do
contrato de venda ao BIC, requerendo também a audição parlamentar do
ministro das Finanças.
Numa conferência de imprensa na Assembleia
da República, o deputado bloquista João Semedo assinalou que "o custo
da operação do BPN" se "aproxima perigosamente dos 5 mil milhões de
euros" e que "a própria Comissão Europeia decidiu abrir um inquérito" ao
processo.
"O atual Governo não se distingue do anterior, porque
partilha com o anterior uma estratégia de secretismo e ocultação de todo
o processo e o BE pretende por termo a esta estratégia, quer no que
respeita ao que foi a gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) após a
nacionalização, quer, mais recentemente na operação de venda do BPN ao
BIC", afirmou Semedo.
O parlamentar do BE disse partilhar as
questões colocadas pela Comissão Europeia sobre se a venda do banco foi
"a melhor solução", se "os apoios financeiros do Estado foram os
necessários ou excessivos" e se "a venda ao BIC é ou não de favor",
pondo duas perguntas adicionais.
"Quanto vai gastar o Estado na
operação de venda ao BIC, porque, como sabemos, o Estado comprometeu-se a
injetar o financiamento necessário para que as contas do BPN e as suas
condições de operação de mercado obedeçam às regras do Banco de Portugal
e qual foi a repartição entre o Estado e o BIC dos passivos e dos
ativos tóxicos", interrogou.
O deputado do BE adiantou ainda que num relatório, a Comissão Europeia faz "sucessivas referências a faltas de informação".
Neste
sentido, João Semedo anunciou que a sua bancada vai pedir que o
contrato promessa assinado entre o Governo e o BIC seja tornado público e
a vinda do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, à Comissão Parlamentar
de Orçamento de Finanças.
O deputado do BE assinalou que na
última vez em que esteve na Comissão Eventual de Acompanhamento do
memorando de entendimento, Gaspar "nunca respondeu" às questões
levantadas no âmbito do BPN.
João Semedo considerou que o
processo do BPN é "um fardo sobre a bolsa dos contribuintes" que exige
"rigor e transparência" reforçadas.
Fonte«Lusa, publicado em 31 Jan 2012»
Sem comentários:
Enviar um comentário