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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Casos de indigência extrema, nada têm que ver com as notícias e factos que ocorrem em Alpiarça


Nos países civilizados da Europa que visitei, normalmente em trabalho de longo curso, vi durante a madrugada, creio que a partir da meia noite, camionetas devidamente identificadas que passavam nas zonas dos contentores a recolher cartão, plásticos e outros desperdícios já selecionados e organizados. Outras viaturas que vinham em seguida recolher o conteúdo dos caixotes do lixo. Em certos casos também assisti à lavagem e desinfeção dos contentores no próprio local. Mas, esta lavagem no local se bem me recordo, terá a ver mais com alguns países da América latina onde também me desloquei por várias vezes. De qualquer modo, nunca presenciei alguém com uma camioneta, de piscas acesos debruçado nos contentores com ganchos e forquilhas a recolher fosse o que fosse. 
Foto de: António Moreira
Encontrei, isso sim, um ou outro faminto ou sem abrigo a retirar um ou outro produto passado de validade, normalmente junto a supermercados. Estes casos de indigência extrema, nada têm que ver com as notícias e factos que ocorrem em Alpiarça e que tem sido amplamente divulgado. Em Alpiarça parece tratar-se de um recolector do lixo público profissional, sem qualquer autorização para exercer a profissão. Mas, mesmo aí, não fossem as razões de prejuízo ambiental (e devassa da vida privada, segundo alguns queixosos, através do que deitam no lixo) que já foi demonstrado, nem haveria motivo para tantas preocupações e protestos. Não seria por aí que adviria grande mal ao mundo. Assim, como são relatados os factos, é que não dá para entender tão grande silêncio das autoridades. Será mesmo muito difícil ao cidadão comum aceitar a situação que, ainda por cima, é tolerada pelas entidades responsáveis pelo ambiente higiene e segurança do município de Alpiarça. 


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