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sábado, 15 de março de 2014

O grande amor de Clementina Relvas, irmã de José Relvas

 Um pouco da história de Clementina Relvas (irmã de José Relvas) 


Clementina Relvas
ESTÓRIAS DA HISTÓRIA

Carlos Relvas (na Golegã) e José Relvas ( em Alpiarça), pai e filho, têm uma história familiar que daria um extraordinário filme se Hollyood soubesse deles. Não deu filme mas deu romance: Alves Redol ter-se-á inspirado numa lenda ligada à vida de Carlos Relvas para o enredo amoroso desse belíssimo e esquecido "Barranco de Cegos".
Há dias revi a casa-ateliê de fotografia de C. Relvas, na Golegã e recordei parte dessa história. Edifício lindíssimo de conteúdo relevante para a história da fotografia mundial. O lado escandaloso, porém, nunca é referido, o que está certo para a memória dos mortos que já não podem justificar-se mas deixa a salivar o instinto mórbido do visitante.
«Chamo-me Rita Correia Relvas e o meu Bisavô Chamava-se Alfredo da Costa Relvas casado com Ana Maria Miranda. Tiveram três filhos, Leopoldina Miranda Relvas, António Miranda Relvas e Luís da Costa Relvas. O avô deles Chamava-se António Nunes da Costa, tendo adoptado o apelido Relvas depois de ter trabalhado na casa de Carlos Relvas (Fotógrafo) na Golegã. Baptizou os seus filhos com o apelido "da Costa Relvas". Foi assassinado na Golegã a mando de Carlos Relvas por se ter envolvido com a sua filha Clementina Mascarenhas Relvas, já prometida para casamento com um descendente da família Costa Alemão. Foi encontrado passados muitos anos, aquando da construção do Tribunal da Golegã, emparedado numa propriedade da família Relvas. Foi identificado por um anel de ouro, oferecido por Clementina,com as suas iniciais e com o símbolo de um Joker, umas vez ser essa a função que desempenhava. Esta é a verdadeira origem do apelido Relvas na família Costa Relvas.
Surpreendeu-me a desfaçatez e este inútil desenterrar de esqueletos. Nem Carlos Relvas foi apenas "um fotógrafo" nem se percebe como o pretenso prevaricador teria direito ao apelido da família por ele ofendida e que, a crer nesta bisneta, teria sido assassinado e emparedado na casa do pai de Clementina.
Carlos Relvas e os filhos existiram, sim, e um deles, José Relvas, foi o célebre republicano que viveu na Casa dos Patudos de Alpiarça, que fez parte do Directório que preparou a implantação da República, e que a proclamou à varanda do Município de Lisboa, em 5 de Outubro de 1910.

Carlos Relvas, a mulher Margarida Relvas e os filhos: José, Francisco e Clementina.

Infelizmente é pelo desenterrar de esqueletos, mesmo por vezes dolorosa, que se aprofunda a verdade histórica

Como descendente da família Relvas (Carlos Relvas é meu tetravô), não pude deixar de comentar. Há, de facto, diversos descendentes de Carlos Relvas, embora nenhum já por varonia, pois a única descendência provêm por via feminina de sua filha Margarida. Há uma espécie de lenda sobre os amores da outra filha Clementina, algumas apontando para o facto de um servidor da Casa Relvas ter sido morto a seu mando por se ter relacionado com a infeliz rapariga. Parece que a sua vida não terá sido muito normal, contando-se a história de ser vista a pedir em Lisboa. No entanto, são histórias que nunca ouvi confirmadas. O que parece ter de facto acontecido foi esta menina ter sido repudiada por seu marido. Talvez um dia consiga revelar esta trama, de tantas outras que se teceram sobre esta romântica família, em que vários dos seus membros se destacaram por gloriosas virtudes e feitos, mas também por outras histórias mais ou menos trágicas.


"Mas de Carlos Relvas não há descendentes directos. Os 3 netos filhos do Homem da República morreram todos uns menores, o maior pelo suicídio."
Talvez não seja bem assim. José Relvas teve relações extra conjugais e a minha família mantém um mistério de há 3 gerações... a comprovar-se quem escreve estas linhas é o trineto deste senhor, não só em descendência directa como de uma filha mais velha (nascida a 1881) do que os filhos oficiais...

 Realmente é verdade essa história triste. Felizmente Carlos Relvas é mais conhecido pelo seu legado artístico que por ter sido um assassino, ter deserdado a filha mais velha e tê-la deixado a apodrecer a pedir numa igreja de Lisboa lá para os lados do Chiado. Clementina pagou caro o seu amor pelo Costa. Mentalidades… Quanto aos nomes Relvas, há muitos... Mas de Carlos Relvas não há descendentes directos. Os 3 netos filhos do Homem da República morreram todos uns menores, o maior pelo suicídio. A haver descendentes seriam apenas os seus netos filhos da filha mais nova Margarida Relvas Navarro (pelo casamento com Alberto Navarro, um médico do norte) que herdou todas as propriedades para os lados de Riachos/Torres Novas. José Relvas o republicano, separou-se do pai e saiu da Golegã para Alpiarça devido ao segundo casamento do pai. Carlos Relvas casou pela segunda vez a pouco mais de um ano da morte da sua mulher Dona Margarida Relvas, adorada pelo povo da Golegã. Esse 2º casamento odiado, com uma mulher já também viúva de outros casamentos, obrigou a partilhas em vida e a mais separações... C. Relvas transforma então a Casa-Estúdio em habitação e passa lá a viver com a segunda mulher. Finalmente essa mulher novamente viúva depois da morte de Carlos Relvas, destrói, vende ou faz desaparecer a maior parte do património fotográfico, nomeadamente os nús femininos de Relvas que deveriam ser numerosíssimos. Salva-se finalmente a acção da filha (apenas filha dessa segunda mulher) que herdou a Casa-Estúdio de Relvas e depois de anos de destruição e abandono, fez então uma doação do edifício à Câmara. É assim... 

NR: Recolhas levadas a efeitos pelo JA. 
Fontes: http://aorodardotempo.blogspot.pt/

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pela notícia e trabalho, bem mais interessante que o habitual