Por: J. Antunes |
Tenho acompanhado com algum interesse o que se vai dizendo por aqui acerca das hortas comunitárias. Muitas opiniões a favor...outras contra! A verdade é que o assunto tem pano para mangas e não se esgotará nesta minha análise. Em minha opinião, uma coisa é haver uns terrenos por aí desprezados, muitas hortas que não são amanhadas por razões várias, outra coisa é haver um terreno disponibilizado para esse fim, autorizado, com água para regar as culturas, organizado com as devidas regras em que cada um sabe à partida com o que pode contar.
No fim de contas, isto serve também para reunir pessoas, incentivar essas mesmas pessoas em torno de um pequeno projecto que poderá ser muito importante na vida de quem o integra, mesmo como forma de passar o tempo. A camaradagem que existe nas hortas entre vizinhos é uma coisa salutar e que se está a perder. O entusiasmo gerado em quem cuida do seu bocado de terra é um facto. Basta ver o que acontece ainda hoje nas vizinhanças das hortas, amanhadas por pessoas já quase todas na terceira idade ou a caminhar para lá. É delicioso ver o entusiasmo, a amizade e espírito de cooperação entre aquela gente. Aquelas permutas de plantas, de sementes, de alface de tomateiros, de entreajuda na própria cava da terra.
No fim de contas, isto serve também para reunir pessoas, incentivar essas mesmas pessoas em torno de um pequeno projecto que poderá ser muito importante na vida de quem o integra, mesmo como forma de passar o tempo. A camaradagem que existe nas hortas entre vizinhos é uma coisa salutar e que se está a perder. O entusiasmo gerado em quem cuida do seu bocado de terra é um facto. Basta ver o que acontece ainda hoje nas vizinhanças das hortas, amanhadas por pessoas já quase todas na terceira idade ou a caminhar para lá. É delicioso ver o entusiasmo, a amizade e espírito de cooperação entre aquela gente. Aquelas permutas de plantas, de sementes, de alface de tomateiros, de entreajuda na própria cava da terra.
Em minha opinião, uma coisa bem organizada, é bem-vinda e vai dar felicidade a muita gente. Há quem se dedique à pesca, ao jogo da pétanque, das cartas, a frequentar os cafés para ler os jornais etc. outros gostarão da natureza, da agricultura, de produzir enfim, cada um terá o seu hobby. Neste caso do cultivo das hortas comunitárias com o ritmo próprio de cada um, sem pressas e com prazer no que se faz, parece-me bastante salutar, lúdico e gratificante para muitos interessados que surgirão, à semelhanças de outros lugares onde foram experimentados estes projectos. Acompanhar o germinar das sementes e o crescimento das plantas é uma sensação única para quem ama a natureza.
É impressionante, como as coisas funcionam neste tipo de iniciativas, já que parece haver por aí tanta terra ao abandono. Talvez seja um assunto que merece ser estudado sob o ponto de vista social, cultural e até antropológico. Mas, que o processo funciona, não há dúvida.
É impressionante, como as coisas funcionam neste tipo de iniciativas, já que parece haver por aí tanta terra ao abandono. Talvez seja um assunto que merece ser estudado sob o ponto de vista social, cultural e até antropológico. Mas, que o processo funciona, não há dúvida.
O melhor é experimentar, mesmo com um "projecto piloto" e retirar daí as devidas ilações, ao invés de criticar e deitar abaixo só porque se entende que é "chique" contrariar, dizer mal, fazer oposição, mesmo desconhecendo muitas vezes, as razões dessa oposição.
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6 comentários:
Afinal ainda há gente com neurónios em Alpiarça que gosta da terra e a compreende e estima.
Parabéns ao autor.
Eu acho é que quem defende estas tais de hortas comunitárias não conhece esta terra e esta realidade nem um bocadinho. Repetindo o que já foi dito por várias pessoas, cá toda a gente tem um pedaço de terra ou tem alguém próximo que a tem, toda a gente tem um vizinho ou um parente que oferece umas batatas ou melões ou tomates quando é o tempo deles. Vamos à vizinha buscar salsa ou limões se nos faltam no frigorífico.
Só "meninos da cidade" que agora deram em rurais é que não sabem isto. Deviam era ser esses a cavar a terra para verem o que custa. Mas não, esses querem é que os velhos vão cavar em vez de jogarem às cartas com os amigos. É um instante enquanto isso acontece...
Durante mais de 40 anos cultivei ( UN JARDIN BIOLÓGIQUE), uma horta biológica, gostava de saber porque lhes chamam Horta comunitária. È tudo em comum na mesma horta? Eu acho uma ideia interessante, mas, não pensem que descobriram a lua ou um outro planeta qualquer. Quando fizerem contas a tudo verão quanto pagam a mais por um qualquer cultivo. O nosso prazer era que não usávamos químicos como disse atrás era chamada cultura biológica, espero que tenham sucesso como eu tive durante mais de 40 anos.É uma belíssima ideia, mas eu tenho o meu quintal.
Estes iluminados que passaram da questão da água (AR) para a questão das hortas (o que virá a seguir???) pensam que Alpiarça, uma terra agrícola em que todos têm quintal ou têm alguém próximo que o tem é o mesmo que outras terras que deram como exemplo. Se fizessem uma análise SWOT percebiam que esta medida não se justifica em Alpiarça. Porque é que não fizeram? Eram mestres nisso.
Hortas em Alpiarça só se fosse para os romenos cultivarem, e mesmo esses talvez morem em casas com quintal onde podem cavar à vontadinha.
Diz o comentarista:
"toda a gente tem um vizinho ou um parente que oferece umas batatas ou melões ou tomates quando é o tempo deles. Vamos à vizinha buscar salsa ou limões se nos faltam no frigorífico."
Caro comentarista, os vizinhos e os parentes não duram para sempre. O que diz está a tornar-se cada vez mais escasso. Essa geração das batatinhas, dos melões e do raminho de salsa, está quase extinta e há que preparar o futuro que é uma incógnita para todos.
Como se costuma dizer por cá: "Quem quiser boleta que a trepe!"
Perante a argumentação usada no post, a esta hora aqueles que não gostam de cavar, devem estar a destilar um ódio de morte a quem defende as hortas.
Não posso esquecer o meu sogro, um homem do campo que não conhecia uma letra do tamanho da Torre da Igreja e que já lá está na "terra da verdade" há alguns anos, dizer-me que os ordenados e reformas um dia teriam de descer porque estávamos a viver acima das nossas posses. Afirmando ainda que era necessário voltar a cultivar as hortas para sobreviver como noutros tempos. Eu dizia-lhe que as coisas já não poderiam voltar atrás...para a frente é que era o caminho! A verdade, é que a profecia da queda de ordenados já está provada e, o facto de ter que cultivar as hortas para sobreviver, vamos ver se assim é. Mas, parece que tudo aponta nesse sentido. A ver vamos, como diria o cego. Por mim, já não digo nada para não errar de novo.
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