Por: Pedro Gaspar |
Miguel Relvas volta
a conduzir oficialmente o PSD. A conduzir, a induzir e a marcar o rumo
ideológico deste PSD.
Pedro Passos
Coelho, em tom arrastado e salazarento (experimentem pôr a TV a preto e branco
quando o dito está a discursar e verão que as semelhanças são todas) insiste em
falar das suas qualidades como Social Democrata. Fico sempre desconfiado quando
alguém insiste em verbalizar a sua condição. Faz-se sempre lembrar aqueles
arguidos que, antes do julgamento, se dizem de consciência tranquila.
Passos Coelho é um
caso ainda mais grave. Quando for julgado e receber a nota de culpa, vai
continuar de consciência tranquila. Tamanha é a sua falta de consciência.
Por falar em falta
de coincidência. Pelo meio dos discursos, em horário televisionado, aparece
esse "senador" que da pelo nome de Hugo Soares. Sim, aquele a quem a
experiência de vida e a capacidade política lhe deram a robustez para propor um
referendo incondicional e ofensivo para os direitos humanos. Hoje ficou claro,
no seu discurso, que apenas existe um direito . O dele próprio. Zurziu (tão
fraca foi a sua intervenção) que o governo está a trabalhar para que "um
dia os licenciados que tiveram que emigrar, possam voltar a Portugal e tornar
este pais um dos mais qualificados" .
Fiquei banzado.
Primeiro porque este Jotinha ganha mais de 4.000 euros por mês na AR e, por
maioria de razão, não teve de emigrar. Depois porque chora lágrimas de
Crocodilo fingindo que nem sequer pertence à cartilha que governa o Pais. Por
fim uma falsa comiseração por aqueles que sofrem longe do seu Pais.
Uma besta, portanto.
Fico assim a saber,
agradecido, que este governo chora pelos emigrantes, que a Social Democracia é
chama imensa nos seus corações e que o mérito de Relvas é imprescindível para
que tudo isto aconteça e que Portugal seja hoje uma nação de excelência onde
até acontecem milagres econômicos.
Um abre-olhos,
portanto.