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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Famílias endividadas vão ter mais apoios para não perderem bens

As famílias que não conseguirem negociar a reestruturação das suas dívidas junto da banca ou de empresas vão poder contar com uma nova rede de apoio, o SOS Famílias Endividadas, resultante de uma parceria entre o Centro de Apoio ao Endividado e a Confederação Nacional das Associações de Família. O facto de a nova estrutura só lidar com processos em fase judicial torna-a diferente das restantes organizações que funcionam numa base de intermediação entre devedores e credores.
A entrada no SOS far-se-á através das 150 associações, instituições privadas de solidariedade social e autarquias filiadas na confederação.
RENDIMENTOS E ENCARGOS O Centro de Apoio ao Endividado já existe desde 2011. O método de trabalho parte de uma análise do orçamento familiar, que inclui os rendimentos, os encargos com a subsistência do agregado familiar e as verbas envolvidas no pagamento dos créditos. Muitas vezes, quando as famílias dão conta, já contraíram novos empréstimos que absorvem tudo o que ganham e já não conseguem pagar nem o que pediram emprestado nem garantir a subsistência no dia- -a-dia.
"O nosso trabalho passa, por exemplo, por vermos quanto uma família de quatro pessoas com dois filhos a estudar e um rendimento mensal de 2500 euros pode pagar de dívidas. Por exemplo, alocamos 1200 euros a despesas como casa, alimentação e educação e o restante fica para pagar dívidas. Nessa altura fazemos a consolidação de todos os créditos e a sua reestruturação, com alargamento dos prazos de pagamento, perdão parcial da dívida e ou dos juros. O resultado é depois promulgado por um juiz de um tribunal de primeira instância", explica Hugo Oliveira, do Centro de Apoio ao Endividamento.
Pese a pressão política que tem sido feito sobre a banca, continua a ser muito difícil encontrar saídas para os sobreendividados, em particular quando há mais de um credor. Neste caso, as negociações individuais amigáveis são praticamente impossíveis.
"Qualquer negociação amigável se torna muito complexa, praticamente impossível", diz a mesma fonte. "Ou então acontece que os valores pretendidos pelas instituições financeiras continuam muito acima do que as pessoas podem pagar." A forma de ultrapassar este impasse é partir para a negociação com os diversos credores já em fase judicial, procurando-se desta forma que as famílias não entrem em situação de insolvência e percam os seus bens.
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