Um homem só...
O erro de
Passos Coelho é muito comum entre os decisores nacionais, e não apenas
políticos. Acham que tudo é técnico. Decidem, está decidido. Inevitavelmente,
obedecerá quem deve. Não conseguem ouvir mais do que alguns segundos e estão
rodeados de consultores, assessores e outros seres, que avisadamente se
preparam com esmero para lhes dizer sempre o que eles gostam de ouvir. Até que
um dia...
Para Passos Coelho esse dia chegou, inesperadamente, pouco mais de um ano
depois da tomada de posse - e isso, pela rapidez, é que é estranho.
Em dez minutos apenas, entre um jogo de futebol e
uma ida a um concerto, o primeiro-ministro forneceu o pretexto que delapidou o
formidável consenso nacional por detrás das medidas de austeridade impostas
pela troika de credores.
Antes, acredito, Passos Coelho não terá investido muito tempo na previsão do
impacto social da "genialidade" técnica da TSU fabricada pelo Ministério
das Finanças. Agora, descortino, estará desgostoso com um país que o não
entende e, no limite, nem sequer o merecerá...
Se for mesmo assim, o diagnóstico é fácil: autismo.
Por: João Marcelino/DN
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