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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Um homem só...

O erro de Passos Coelho é muito comum entre os decisores nacionais, e não apenas políticos. Acham que tudo é técnico. Decidem, está decidido. Inevitavelmente, obedecerá quem deve. Não conseguem ouvir mais do que alguns segundos e estão rodeados de consultores, assessores e outros seres, que avisadamente se preparam com esmero para lhes dizer sempre o que eles gostam de ouvir. Até que um dia...
Para Passos Coelho esse dia chegou, inesperadamente, pouco mais de um ano depois da tomada de posse - e isso, pela rapidez, é que é estranho.
Em dez minutos apenas, entre um jogo de futebol e uma ida a um concerto, o primeiro-ministro forneceu o pretexto que delapidou o formidável consenso nacional por detrás das medidas de austeridade impostas pela troika de credores.
Antes, acredito, Passos Coelho não terá investido muito tempo na previsão do impacto social da "genialidade" técnica da TSU fabricada pelo Ministério das Finanças. Agora, descortino, estará desgostoso com um país que o não entende e, no limite, nem sequer o merecerá...
Se for mesmo assim, o diagnóstico é fácil: autismo.
Por:  João Marcelino/DN



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