O PSD desistiu de apresentar um projecto de revisão da lei eleitoral
autárquica por falta de acordo com o seu parceiro de coligação.
O PSD anunciou hoje que desistiu de apresentar um projeto de revisão da lei
eleitoral autárquica por falta de acordo com o seu parceiro de coligação,
CDS-PP, quanto a alguns dos pontos desta reforma.
Numa nota de imprensa conjunta, divulgada pelos sociais-democratas, PSD e
CDS-PP afirmam que "a proximidade das
eleições autárquicas e a necessidade de se assegurar um quadro legal estável desaconselha o prosseguimento deste processo de consultas".
eleições autárquicas e a necessidade de se assegurar um quadro legal estável desaconselha o prosseguimento deste processo de consultas".
"Nos termos do acordo de coligação PSD-CDS, constatando-se a falta de acordo,
o PSD prescindiu de apresentar a proposta de revisão da lei eleitoral
autárquica", acrescentam os dois partidos que suportam o Governo.
Segundo a nota hoje divulgada, "apesar do grande esforço de aproximação de
posições dos dois partidos, traduzido num entendimento alcançado em relação a um
grande número das principais questões em discussão, não foi, contudo, possível
chegar a um total entendimento em torno do anteprojeto do PSD" de revisão da lei
eleitoral autárquica.
Os partidos da maioria revelam que não chegaram a acordo quanto ao "modelo de
composição dos órgãos executivos [municipais], com o PSD a defender a existência
de executivos homogéneos, e o CDS a optar por executivos maioritários, mas
integrados no remanescente dos mandatos, por vereadores da oposição".
Por outro lado, adiantam que "a apresentação de uma única lista candidata, a
necessidade de constituição dos executivos entre os eleitos para a Assembleia
Municipal, a clarificação de regras relativas aos acordos de coligação, e a
alteração de competências deste órgão, reforçando-o, foram exemplos dos pontos
que mereceram acordo do PSD e do CDS".
A nota de imprensa dos partidos da maioria assinala que "a revisão da lei
eleitoral autárquica, fazendo parte do compromisso eleitoral do PSD, não fazia
parte do programa eleitoral do CDS, nem constava do acordo de coligação PSD-CDS
ou do Programa de Governo ou do memorando de entendimento com o Fundo Monetário
Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu".
A mesma nota refere que os dois partidos desenvolveram "nas últimas semanas"
conversações sobre a revisão da lei eleitoral autárquica "nos termos do acordo
de coligação celebrado entre o PSD e o CDS, que obriga a consulta prévia e
acordo em matérias relativamente às quais esteja em causa a aprovação por
maioria qualificada".
A revisão da lei eleitoral autárquica implica o voto favorável de dois terços
dos deputados e o PSD pretendia avançar com um projeto de lei que, para além do
apoio do seu parceiro de coligação, fosse previamente negociado com o PS.
No entanto, no início de julho os socialistas recusaram, por escrito, esse
caminho. Em resposta a uma carta do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, o
líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, escreveu: "Insistimos para que a
maioria [PSD/CDS-PP] tome a iniciativa e apresente o seu projeto de lei o mais
rapidamente possível. O PS apresentará o seu".
O secretário-geral do PS, António José Seguro, tinha prometido que, assim que
a maioria apresentasse um projeto de lei de revisão da lei eleitoral autárquica,
os socialistas apresentariam também um diploma "nesse mesmo dia ou no dia
seguinte".
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