A frase "A crise é uma oportunidade" já era esfalfada ainda antes de ser repetida até ao osso nos primeiros tempos deste governo.
Até havia quem acrescentasse, com uma penetrante erudição, que era um provérbio chinês. Uau. Com este fastio pretendia-se convencer a malta que a crise permitiria "dar uma volta a isto". Nove meses depois, a coisa deixou de pegar, claro. Mudanças estruturais, nem vê-las.
Já os privilégios das castas financeiras têm-se mantido virgens. Assim, o dito asiático foi substituído por uma fala delirante. Há quem diga que, com a crise, o pessoal vai poupar. Mas as poupanças só diminuem.
Há quem defenda que favorecerá uma melhor alimentação das crianças. Mas cada vez mais alunos só comem na escola. Há quem afirme que o aumento das taxas moderadoras fará com que se valorize o serviço público. Mas em Fevereiro faleceram mais 4 mil portugueses do que a média.
De repente, morrerem mais velhos até pode ser positivo para a segurança social. A sério. A crise é mesmo uma oportunidade. É uma das melhores chances para revelar a estupidez. E os seus perigos.
Fonte:«CM» Enviado por um leitor
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