Mais de 90% das
escolas têm normas para garantir menus equilibrados
Os países da União
Europeia reconhecem a importância das refeições escolares na saúde e
desenvolvimento das crianças e têm regras para alimentação saudável nas
escolas, como a proibição de vender bebidas açucaradas ou o tamanho de doses,
conclui um estudo.
O trabalho,
publicado pelo Centro Comum de Investigação da UE, integra-se no objetivo de
ajudar a reduzir a obesidade infantil e fez pela primeira vez um levantamento
das políticas alimentares das escolas europeias, tendo concluído que mais de
90% têm normas para garantir menus equilibrados, 76% incluem regras para o
tamanho das doses e 65% definem o valor nutricional das refeições.
O estudo, que
abrangeu os 28 Estados membros, Noruega e Suíça, "mostra que os países
europeus reconhecem o importante contributo das refeições escolares para a
saúde, o desenvolvimento e o aproveitamento escolar das crianças", refere
uma informação hoje divulgada pela Comissão Europeia.
"Todos os
países abrangidos pelo estudo adotaram orientações em matéria de alimentação nas
escolas, embora essas variem consideravelmente de país para país", e as
medidas para promover regimes alimentares saudáveis vão das orientações
facultativas, por exemplo, para os menus e o tamanho das doses, até à proibição
total de instalar máquinas de venda automática ou de vender bebidas açucaradas
nas escolas.
As
recomendações relativas à disponibilização de bebidas são muito comuns (65 a
82%) e a maioria dos países é a favor do acesso gratuito a água e à limitação
ou proibição de refrigerantes açucarados, segundo a informação.
A maior parte
das políticas restringem os doces e os ´snacks´ salgados, produtos que são
autorizados apenas ocasionalmente ou mesmo proibidos.
A ingestão de
calorias e de gordura são os parâmetros mais presentes nas normas relacionadas
com elementos nutritivos ou energéticos das refeições, sendo mencionados em 65%
e 56% das políticas, respetivamente.
As máquinas de
venda automática são objeto de restrições em cerca de metade dos países e,
enquanto em alguns é recomendada a escolha de produtos mais saudáveis, outros
proíbem esta alternativa de fornecimento de alimentos.
Em Portugal, as
máquinas devem fornecer produtos que estejam de acordo com as regras definidas
num guia da alimentação saudável e só ser utilizadas nas horas em que não
existe acesso ao serviço de bar ou cantina.
O comissário
europeu responsável pela Saúde, Tonio Borg, citado na informação, recorda que,
na Europa, quase uma em cada três crianças tem excesso de peso ou é obesa e,
como tal, corre o risco de contrair uma série de doenças evitáveis, como a
diabetes de tipo 2.
Para o
responsável, as escolas são parceiros "fundamentais" nos esforços
para incentivar as crianças a adotarem hábitos alimentares saudáveis que
contribuam para "crescer com boa saúde, ter bom aproveitamento escolar e
desenvolver plenamente as suas capacidades".
«Lusa»
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