Alexandre Sabino, natural de Gaia, ficou sem o subsídio de desemprego em 2005 e, como não tinha onde trabalhar, decidiu encontrar maneira de conseguir ‘dar a volta’ ao sistema português da Segurança Social, conta o Jornal de Notícias.
E conseguiu. Em pouco tempo, com a ajuda de um assistente-técnico da Segurança Social de Gaia, Nuno Celestino, e dois advogados, Nuno Pereira e Nuno Pinto Lourenço, detetou fragilidades centradas no controlo dos “prazos de garantia” das remunerações dos desempregados, assim como na falta de comunicação entre a Segurança Social e o Fisco.
O passo seguinte foi abrir uma entidade patronal – o café ‘Orquídea’, em Pedroso – para dar ‘trabalho’ aos interessados em receber subsídios fraudulentos. A fama foi-se espalhando e, segundo a Polícia Judiciária do Porto conseguiu cerca de 260 clientes desde que começou.
Destes 260, apenas 109 estão acusados pelo Ministério Público, depois de alguns terem pago à Segurança Social as quantias recebidas indevidamente.
O homem, hoje com 47 anos, que tem apenas o 6º ano de escolaridade, ficou tão entendido nas fragilidades da Segurança Social que num só dia conseguia forjar inúmeras entidades empregadoras e construir carreiras contributivas por forma a conseguir não só subsídios de desemprego como de doença. E o Estado nunca recebeu um tostão dos ‘clientes’ de Alexandre.
Estima-se que tenham sido roubados 1,8 milhões de euros em subsídios, sendo que a Segurança Social apercebeu-se de alguns e conseguiu travar a saída de 1,2 milhões.
«NM»
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